Um dia, o homem conseguiu ser eterno...
Substituiu a flacidez de sua carne
Pela rigidez dos átomos soltos:
Era sempre o mesmo diante de si.
Foi eterno pela eternidade...
Compreendeu que era e foi infeliz,
Porque compreendeu que podia não ter sido.
E uma lágrima intangível rolou da eternidade...
Desfez-se a inerência vital dos átomos,
O espaço que foi tornou a ser
E o tempo reexistiu, pachorrentamente...
Hoje o homem caminha para a eternidade,
Desejando encontrar nela apenas o transitório,
Mas sabe que encontrará a vontade de nada encontrar.
07.11.57.
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