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Cartas-->MEU ÚLTIMO PEDIDO -- 01/03/2006 - 05:41 (Ivone Carvalho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MEU DERRADEIRO PEDIDO
(Ivone Carvalho)

É incontestável que vivemos os mais divinos momentos de um grande amor. Tão inconteste quanto a felicidade que fez parte das nossas vidas, enquanto estivemos juntos. Tão verdadeiro quanto os sentimentos que nos uniram determinando nossa total entrega, um ao outro, sendo, da minha parte, cegamente e de ouvidos e boca fechados a todos e a tudo que ousasse interferir em nossas vidas.

É indiscutível a sublimidade que alcançou o nosso relacionamento, pautado sempre pelo respeito, pela cumplicidade, pela alegria, pela sinceridade, pela certeza do reencontro de almas que se completavam e que sempre se buscaram.

Tão importantes e reais foram os sonhos que juntos sonhamos, quanto foi cada segundo de nossas vidas, enquanto elas se fundiram numa só, transformando-nos num só corpo alimentado por duas almas que se completavam sem culpas, sem medos, sem melindres, sem mistérios e com total transparência.

Você há de convir comigo que jamais nos enganamos ao acreditarmos que ninguém seria capaz de amar tanto quanto nós, com a mesma pureza, a mesma lealdade, a mesma entrega, a mesma franqueza, a mesma serenidade, porque puro e completo era o sentimento que havia nos aproximado e que soubemos regar com carinho, ternura, simplicidade, objetividade, respeito, integridade, dignidade.

Óbvio que, por sermos humanos e termos recebido a graça de nos reencontrarmos neste planeta, nesta vida, fomos também aquinhoados com a dádiva de enfrentarmos situações opostas às por nós sonhadas, o que nos fez crescer e nos deu a oportunidade de nos conhecermos ainda mais, brindados que fomos com as intempéries de todos os tipos, permitindo-nos revelar os nossos vários estados de espírito e humor, extravasando nossas inseguranças, carências, medos, desconfianças, ciúmes, decepções, frustrações e defeitos, sendo certo, também, que nada disso foi superior à magnitude do nosso amor, da nossa honra, da nossa dignidade, dos nossos princípios, da essência de nossas almas e de nossos corpos.

Fomos, em suma, dois seres que se apaixonaram louca e perdidamente, que transformaram esse sentimento no mais sublime amor sem que perdêssemos a paixão que nossos corações revelaram ser sensata, porque jamais desprovida de sanidade.

Não temo e menos ainda me envergonho de afirmar qualquer uma dessas características que formaram o conjunto de um relacionamento vivido intensa e verdadeiramente, dotado do mais puro e bonito amor que se enraizou em nossos corações após as nossas regas sinceras, repletas do mais terno carinho, de toda compreensão, de toda entrega que nos permitimos um ao outro, pois a semente já viera plantada em nós, sabe-se lá há quantas vidas.

Permitimo-nos realizar juntos, todos os sonhos possíveis, em cada momento em que nos fizemos presentes de alguma forma, ainda que tão somente através dos nossos pensamentos.

Quis, a vida, nos separar novamente. Por quanto tempo? Não podemos aquilatar! Por mais alguns meses, talvez; por mais alguns anos, quiçá; por mais algumas vidas, se assim for o nosso merecimento e a vontade do Todo Poderoso.

E, se se faz necessário que nossos corpos e nossas palavras se mantenham distanciados, não importa por quanto tempo isso ocorra, embora o coração chore e sinta uma terrível vontade de gritar o seu desejo de estarmos juntos, bem próximos, unidos muito mais ainda do que já estivemos - se é que isso é possível -, porém se não podemos, neste momento, vivermos o grande amor tão invejado por todos que jamais conseguiram a mesma dádiva que nós, e que, muitos do quais, por maldade ou não, contribuíram para a nossa separação, resta-me, aqui, lhe fazer um derradeiro pedido.

Certamente ele seria desnecessário, pois nos conhecemos um ao outro, muito mais do que a nós mesmos - vez que jamais fomos estranhos e não foi nesta vida, com toda certeza, que aprendemos a nos amar e que nos descobrimos -, por mais que nós dois tenhamos tentado nos revelar o oposto do que somos, sempre em razão das nossas dores, das nossas frustrações, das nossas mágoas, das nossas feridas, da nossa incompreensão aos atos e palavras despejados por ambos nos momentos em que sangravam os nossos corações.

Mas faço o pedido assim mesmo, talvez como pretexto para mais uma vez abrir o meu coração ante você, esperando que me ouça, que me entenda, que compreenda o quanto eu o amo e que o esperarei sempre, porque tenho consciência de que a vida nos proporcionará um novo reencontro para, enfim, vivermos o nosso amor eternamente.

Assim, peço-lhe, do fundo do coração: não permita que nada, nem ninguém, macule o que de mais bonito existiu entre nós; medique toda e qualquer chaga que porventura ainda esteja aberta, para que não haja dor entre nós; não deixe que qualquer nódoa ou cicatriz apague ou extermine, do seu coração, os momentos mais felizes de nossas vidas, vividos com o mais belo e puro amor nascido de nós e vivido por nós; nunca esqueça a felicidade que eu lhe proporcionei, tampouco a que você me fez viver; jamais me substitua dentro do seu coração, reservando sempre, para mim, o espaço que me foi concedido por você para guardar o meu coração dentro do seu, já que o meu lhe foi entregue com todo amor; não permita aos seus pensamentos que a minha imagem seja denegrida, que eles esqueçam quem eu sou verdadeiramente, o que representei para você, o que fomos e somos um para o outro; não me queira mal um só momento sequer; não esqueça o quanto eu sempre o amei; acredite sim, no fundo da sua alma, que estarei sempre à sua espera, devotando-lhe o mesmo amor que sempre lhe devotei, porque ele é tão somente seu; não sofra, não busque a dor, não a aceite, não se deixe enganar por sentimentos que poderão assemelhar-se ao nosso amor, mas que, nós dois sabemos, jamais estarão próximos de parecer-se com ele, porque ele é único, é insubstituível, é indestrutível, é eterno.

Por fim eu lhe peço: não deixe apagar o sorriso dos seus lábios, a ternura da sua voz, a sensibilidade da sua alma, o respeito que sempre pautou o nosso convívio enquanto fomos felizes juntos, a alegria das suas palavras, a honestidade das suas atitudes, a sinceridade que pautou o nosso relacionamento, o seu bom humor, a sua poesia, a sua felicidade...

Não foi por acaso que nos encontramos, que nos deixamos levar por um relacionamento que começou com a mesma força do amor que hoje existe dentro de mim, que nos entregamos, que nos sentimos as pessoas mais felizes deste mundo! Não foi sem razão que os nossos corações dispararam, os nossos olhos brilharam, os nossos pensamentos viajaram, os nossos corpos tremeram, as nossas peles vibraram... Também deve haver alguma razão para que tudo tenha conspirado contra a nossa união. Talvez não tivesse chegado, ainda, o momento de as nossas almas se unirem para sempre... Saberei esperar!

1º/03/2006

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