Inho quer queijo? Esquente um pedaço desse aí ó... Pego uns pedacinhos dos outros e ainda bem que ela não falou - Vai faltar queijo no mundo... Dei risada e fiquei quieto. Também trouxe uns par deles, comprados no Mercado lá em Belo Horizonte, na Queijaria Dú Salim, além de mais um pouco no caminho de volta, na Leiteria Nevada, já em Carmópolis de Minas, no quilometro quinhentos e oitenta e cinco da Fernão Dias. Eu e o Alexandre temos nos revelado uns bons compradores de queijos, quando viajamos, além de docinhos, castanhas e nozes. Ele ainda compra massa e farinha para pão de queijo, mineiro não é, mas gosta muito e brilha o olhão, quando entra nesses mercados. E o de Belo Horizonte não deixa por menos, haja banca, produtos de todas as regiões de Minas Gerais. Não deu para deixar de comer a empadinha de palmito. Pastel de queijo minas, comemos na Pastelaria Napolitana, na Avenida dos Inconfidentes, na Savassi, da hora e quentinho com uma Heineken geladinha.
Mês passado fomos à Uberaba e também passamos pelo Mercado, tanto queijo do Triangulo, que saímos com três caixinhas, uma pra cada um de nós e outra pro Edison. Não ficamos sem comer um pastelzinho de queijo branco, delícia, ainda mais com suco de uva geladinho. Exagerei um pouco nos doces, goiabada, paçoca e leite... Depois, no caminho, sempre conto a história do meu pai, que carregava queijo na gaveta do caminhão, jogado no meio das coisas, para ventilar e não estragar. Fião, dizia ele, nunca coloque queijo em saco plástico, apenas em papel de embrulho. Depois é só lavar. Salivo só de pensar naquela panelinha de arroz a terminar, quando ele colocava duas fatias e tampava. Minutos depois, hummm. E o almoço de caminhoneiro ficava inesquecível.
Por curiosidade, queijo tem mais de quatro milhões de resultados no Google; queijo minas, mais de dois milhões; queijos, mais de dezesseis milhões e imagens de queijos, umas três milhões, sei lá, desisti de olhar e nem penso em falar dos incontáveis tipos e origens. Só contar dessa nossa mania de comprar queijos e lembrar da minha mãe, quando ela os fazia, motivada pelo leite tirado por meu pai, no seu sítio ali do Brejaúva. Ele trazia o leite numa panelona, caindo pelas beiradas, colocava na mesa. Depois, era só enformar e aguardar, simples né, nem tanto, nem tanto...
Não posso esquecer-me de mencionar o queijo minas frito que a Dona Maria fazia, quando eu ia namorar a Edna, dizer no mínimo sensacional. Foi também o fogo que fiquei, na copa de setenta e quatro, só queijo branco temperadinho e um monte de Underberg. E a Holanda ainda ganhou. Queijo branco é comigo mesmo. Às vezes, implico com ele, mas, estou sempre ficando de bem.
Volta de seiscentos quilómetros e quase oito horas de viagem de trabalho, histórias e um chorão quase monopolizou o assunto. Demos um pulo à Betim verificar uma máquina que precisamos comprar e depois ficamos por conta do Tio, ora Chorão. E aí, tudo bem? Perguntei. Tudo maaal, ouvi. Puxa. Tó devendo tudo, isso e aquilo... Ouvi mais e almoço, surubim no espeto. Demos uma volta e mais um pouco à noite, conversando e ouvindo, choro e Chorão. Estou fechando assim, neste vinte de cinco de doze, para dizer que a empresa dele está ótima, ele está bem, com a faca e o queijo na mão, só falta comer...
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