Assunto: edição de sábado, dia 21 de janeiro de 2005, Tribuna do torcedor, página 30.


Jornal "Estado de Minas", edição de sábado, dia 21 de janeiro de 2005, Tribuna do torcedor, página 30.
Ainda existem atleticanos lúcidos, que não se deixam enganar pela imprensa mentirosa que canta loas a Zé do Galo, Marques, Castan, Lima e outros pernas de pau. Mas os atleticanos lúcidos estão fora de Minas Gerais.
Carta escrita por Marcelo Reis, de São Paulo, publicada no jornal Estado de Minas:

TÍTULO: "Desilusão e desabafo"
Basta de Galo! Isso não tem futuro na vida de torcedor algum. Temos que começar a entender que o Galo não passa de um time pequeno. Não somos o time que essa massa de atleticanos acha que somos. Fora do estado, somos alvo de chacota, não passamos de piada, somos piores que um Ceará, um Bangu ou um Ameriquinha.
Vivemos de Reinaldo. Um craque que nunca vingou. Um eterno quase grande sucesso.
Que glória nosso time tem? Cite uma, de que você, que nasceu depois de 1971, tenha participado. O Cruzeiro não tem uma torcida vibrante, mas nem precisa. Se tiver de jogar com os portões fechados, vai ganhar. Já nós não honramos o nome de Minas.
Desculpem-me, apaixonados atleticanos, mas a gente torce para uma farsa. Temos que cair na real e perceber que nosso time não é grande, não é forte e muito menos vingador. Não é campeão de nada. Gelo? Conmembol? Ramon de Carranza? Vivemos de títulos que não conhecemos ou não têm valor.
E não vai ser pedindo raça do time todo que vamos ganhar.
Time bom não perde por causa de um jogador machucado. É Marques, é Reinaldo, juiz ladrão, é chuva. Acordem, sofredores! Não temos a tradição que alardeamos. Tradição em que? É tudo feito só com paixão. Sem profissionalismo, sem dinheiro, sem organização, sem objetivo, sem transparência, com suspeita de roubalheira.
Parem tudo e olhem para São Paulo.Os paulistas têm muito o que nos ensinar em matéria de profissionalismo. Futebol é negócio. O Atlético não joga para ganhar, joga para a torcida. Uma torcida viciada em sofrer, que tem prazer em voltar para casa com uma derrota nas costas, que aplaude um time que foi rebaixado, que procura orgulho na vergonha, que faz faixas em apoio a um elenco decadente, em vez de pedir mudanças bruscas.
A torcida ficou maior que o time e está matando o Galo. O mundo mudou. O futebol mudou. Os dirigentes do Galo não entenderam isso até agora. Afinal, somos os eternos coitadinhos, injustiçados, torcendo contra o mundo.Não; nós somos insignificantes mesmo. Enquanto acharmos que o Galo é maior do que é, que a torcida do Galo sozinha se basta, não sairemos da Segunda Divisão moral.

Com os cumprimentos do Tim,
crente em galeto à pururuca,
filho de atreticano em desespero e
servo da massa empastelada.