Usina de Letras
Usina de Letras
101 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62219 )

Cartas ( 21334)

Contos (13262)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10362)

Erótico (13569)

Frases (50612)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140800)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Todo o mentiroso é feliz -- 29/02/2012 - 14:43 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

                        Todo mentirosos é feliz. Assim dizia o professor, de instalações elétricas, Valter Chaplin, e apresentava suas justificativas e provas para tal assertiva:

“Quando jovem eu mentia ser rádio amador, volvidos os anos eu montei meu próprio transmissor receptor”,

“Sempre falava para os amigos, justificando andar a pé, os problemas de tendo um único automóvel, coloca-lo, na praça”. Com o tempo, juntando umas economiazinhas, consegui comprar um auto. “Não fui eu que o fiz, mas, ele esta lá na minha garagem.”

“Casado por vinte anos sem filhos e como a minha esposa gosta muito de doces, eu passava pela confeitaria Nogueira eu justificava a quantidade doces comprados, dizendo que aquilo seria consumido em um tapa por toda minha filharada. Quando melhoramos financeiramente, eu e minha esposa decidimos adotar uma menina. “Não fui que fiz, mas, esta la em casa”

Realmente as mentiras tornaram-no feliz por muitos anos e no fim acabaram concretizadas.

Para os Rosa Cruzes a materialização da palavra é uma possibilidade muito grande.

Não sei onde li, ou quando me disseram que uma mentira repetida continuamente acaba tornando-se verdade ao menos para quem a conta.

Normalmente descobre-se a mentira pela alteração dos fatos, Quando contada novamente e apresenta-se diversa a original por algum dado. Porém o fato acima citado, muitas vezes confirma-se, quando a pessoa passa a contar sempre a mesma mentira, com a mesma riqueza de dados, sem alterar nenhuma vírgula. A mentira fora contada tantas vezes que na memória do mentiroso ela torna-se real e realmente vivida. Como era o caso de um professor da Escola Técnica de Pelotas, que em todas as turmas que passaram por ele, sempre contou a mesma história. Que uma tardinha ele e esposa saíram para comprar cigarros no Café Aquárius, Porem antes de chegarem ao café resolveram dar uma esticadinha na Avenida Fernando Osório e de esticadinha em esticadinha acabaram pernoitando em Tubarão, Santa Catarina, distante 583 km de Pelotas. Com muitos trechos de estrada não pavimentada Quando a contou na minha turma, um colega de aula, gozador de marca maior, Delacir Leão, perguntou se o cigarro era mais barato lá,

Quantas pessoas contam suas aventuras pessoais, esquecendo de contabilizarem o tempo, acabam somando mais de cem anos de vida profissional. Quando mal passam dos cinqüenta anos de idade, como foi o caso de um funcionário da CEEE em Passo Fundo que ao justificar a falta de somente cinco anos para aposentadoria foi descrevendo todo o seu tempo de carteira assinada esquecendo-se da soma quando em dado momento seu chefe, Engenheiro Eique, disse-lhe:

Para Francisco! Que sendo assim tu já estas aposentado por idade.

Pelos bares e lancherias da vida, conheci um Engenheiro Topógrafo, aposentado Harri Estolfons, homem de fino trato. Fiquei horas e horas escutando as dificuldades sofridas pelos topógrafos nas medições de campo. Principalmente os iniciantes pobres sem recursos para compra de aparelhagens. Do tempo que ele trabalhou em parceria com um velho e conhecido topógrafo de Cruz Alta e Região, Francisco Navarro y Pilinchos. Historias repetida diversas vezes, com precisão tão exata como se eu estivesse ouvindo uma gravação. Qual não foi minha surpresa, quando um dia estranhando sua ausência, perguntei a um amigo seu de infância por ele e comentei algumas das coisas conversadas?

O Harri Engenheiro Topógrafo aposentado? Vamos ordenar as coisas.

Falou-me o seu amigo. O Harri nunca foi aposentado, herdou dos pais uma estância, da qual é sustentado pelo arrendamento. Estudou topografia por correspondência e trabalhou uma semana com Pilinchos, quando cravou um espinho de corunilha num pé. Se perguntares a ele a diferença de uma trena para uma cadeia de topografia ele não te respondera. Pior de tudo é ele te contar todas essas histórias na minha frente.

 

Nessa mesma lancheria conheci um cidadão, um Capitão do exercito, de cima dos seus setenta e cinco anos de idade, contando as aventuras do seu casamento com uma menina de quinze anos. As coisas normais da juventude sem malicia, como a noite que ele foi assar um cordeiro, nas margens do rio Cambara, enquanto a esposa e a sogra, de trinta dois anos, com dois amiguinhos que os acompanhavam, foram procurar ninho de cavalo enquanto ele assava carne.

Coisas de gurizada. Onde se viu ninho de cavalo?

Completava-o.

Também contava de quando a mandou passar uma temporada em uma praia de nudismo, e, descrevia o respeito que la havia, ele só não ia por ter de cuidar da casa enquanto ela estava viajando.

Ao que tudo indicava a esposinha era para lá de vadiazinha, com mais horas de cama que urubu de vôo. Só ele não enxergava isso, tornando-se a chacota de todos os freqüentadores do bar.

Enojava-me a sua inocência em não enxergar o comportamento da esposa. Pior ainda de quem se divertia com a situação do coitado. As suas histórias eram sempre repetidas exatamente iguais. A situação era tão constrangedora a ponto de sua chegada provocar a minha retirada. Um dia quando já estava quase disposto a não mais freqüentar aquele ambiente, tive oportunidade de conversar com um irmão seu, surpreendendo-me com uma gostosa gargalhada e esta resposta.

Naquele bar só quem não sabe a verdade é tu. Ele não tem setenta e cinco anos e minha cunhada tem setenta como ele. E contou-me da vez que ele passou quase correndo pelo bar dizendo que estava indo para o velório do velho alfaiate conhecido de todos e, residente a duas quadras dali. Ele caminhou uma quadra em direção ao tal velório, dobrou a esquina e foi para sua casa. No bar foi o alvoroço, foi fechado, pois até o seu dono, também se dirigiu para o velório do velho amigo, que naquele momento curtia a fresquinha da tarde, sentado na frente da casa.  

Mera coincidência, quando estou neste ponto do rascunho desta crônica, aqui nos confins de um distrito de Santa Vitória do Palmar, Isolado por 30 quilômetros de estrada de chão molhada por uma chuva torrencial, eu desligo o computador e antes de dormir vou ler uma Seleção Readr‘s Digest, março/2000, na Pagina Rir é o melhor e encontro um mentiroso com tamanha cara de pau, como alguma pessoa conhecida minha, a ponto de colocar testemunha:

“Conhecido por contar histórias exageradas, um general tinha o costume de perguntar ao ajudante:

-Não é verdade, Tenente?

O tenente sempre respondia.

-Sim, general

Um dia o general o general contava a seus companheiros de Exercito que tinha ido caçar no mato e matara 100 pombos com um só tiro.

-Não é verdade tenente, cansado das histórias absurdas, respondeu:

- Sim general. Cem pombos e um papagaio.

-O que? Nem vi o papagaio.

-”Bem- respondeu o tenente-, eu também não vi os 100 pombos.”

Estou aqui no longínquo extremo sul, cedo da manhã embarco na Deserter e vou até a lagoa Mirim, tarrafear alguns lambaris para o aperitivo antes do Almoço. Aqui na estância da Cortiça é comum reunirmo-nos, as onze e pouco para tomarmos chimarrão, normalmente acompanhado de alguma fritura, não raro lambri, como vai ser hoje. Numa das primeira vezes que minha netinha Maya foi comigo, quando me sentei à mesa, minha cunhada avisou-me que ela não queria almoçar. Prontamente fui lá ver o que acontecia recebendo a informação:

“Vô, como vou comer alguma coisa em cima de toda aquela camaçada de lambari já comida por mim?

Quando retiro a tarrafa, retorno a outra Fazenda, a Estância de Santa Tecla, onde meu pai foi trabalhar, nos idos de 1957, lá ouvi uma pessoa contar a meu pai por diversas vezes, um acidente ocorrido com ele, ao usar uma tarrafa.

Seu Viégas o senhor não imagina o perigo da pesca com tarrafa. Eu fui pescar no cassino, e ao jogá-la ao mar, fui sendo arrastado por ela, e como eu tinha amarrado sua corda ao meu pulso eu estava quase me afogando quando outras pessoas viram e vieram em meu socorro.

Guri pobre, com dinheiro quase insuficente para comprar alguns metros de linha de fundo, com velas de automóvel, juntadas nas oficinas, servindo de chumbada, passaram mais de vinte anos até eu chegar perto de uma tarrafa.  Meu pai sempre avisava o perigo da tarrafa lembrando a história contada tantas vezes e tantas vezes ouvida e acreditada tanto por ele como por mim.

Volvidos quase vinte anos quando trabalhava na manutenção de usinas, ainda sem nunca ter visto uma tarrafa, com dinheiro no bolso para outros esportes melhores, mulheres, por exemplo, fiquei muito tempo afastado da pesca, um dia contei essa história para um velho pescador e caçador, que Deus o tenha, Antonio Bozza. Recendo esta resposta:

Para acontecer isso só podia ser uma tarrafa para pesca de tubarões, ele no mínimo, esqueceu de lhe contar, ter atirado de cima do cavalo. Pois ninguém conseguiria atirar uma tarrafa desse tamanho estando a pé.

 

 

 

Existiram mentirosos que por suas mentiras tornaram-se famosos como o caso do Barão de Münchausen, em quem me inspiro, para criar algumas aventuras, “vividas” por mim, como a fuga de Alcatraz, ou na Guerra do Vietname, para diversão dos amigos, primeiro dos filhos quando mais jovens e agora dos netos.

Em Pelotas nos idos da decada de sessenta, eu conheci, Ronaldo da Mata Siqueira (nome ficticio) o tipo do mentiroso que incorporava a sua vida real as suas mentiras. Tanto acreditando nelas como verdade a ponto de sem pudor nenhum contar algumas em presença de pessoas que ele tinha pleno conhecimento de saberem que aquilo não era verdade.

Ele contava ter sido secretario da Prefeitura, na gestão de todos Russamanos quando prefeitos, inclusive nas quatro gestões do velho João Russomano. Até a decada de sessenta cada prefeitura tinha um unico Secretário, o elo de ligação entre o Prefeito e os diversos Diretores. As Secretarias de hoje eram as Diretorias de então. Este Secretario era sempre o homem mais forte a fora o Prefeito. Isso ele não tinha o minimo pudor de contar, mesmo na presença de velhos funcionarios, com conhecimento de sobra de ele nunca exercera cargo nenhum na Prefeitura. Foi sim, durante uma gestão, sub ascessor do Vereador Bruno Rosseti.

Para comprovar seus conhecimentos misticos e espirituais, ele afirmava ser Rosa Cruz grau trinta e três, quando esta Ordem mal aportava no Brasil. Afirmava ter sido presidente da Casa Espirita Mãos Postas, por seis anos, quando esta tivera existencia efemera, fora fechada aos seis meses de funcionamento. Afirmava sua vida clérica e maçonica, bem como sua atuação na Prefeitura Muicipal de Pelotas, quiça, como funcionário de carreira e Bancario.

Uma manhã por volta das dez horas saiu de casa na Av. Ferreira Xavier, subindo pela Lobo da Costa para ir ao café Aquarius. Ao atravessar a Almirante Barroso, ele imaginou o perigo de haver um batida grande de veiculos como um caminhão batendo na metade de um onibus lotado. Da imaginação passou a montagem de um conto. Ao Chegar a pração coronel Pedro Osório, encontrando um conhecido contou ter assistido a esse terrivel acindadente onde ahaviam muitos feridos e pelo menos dez mortos. Acidente esse acontecido agorinha mesmo. Quando saira de lá nem o socorro ainda tinha chegado.

Dali seguiu em diante contando para todo o mundo tal fato. Juntou bolinho de curiosos no café para ouvir sua narração. Foi a livraria do Globo compra um livro e passando do meio dia foi levado para casa por um amigo, descendo pela general Telles não passaram na Lobo da costa esquina Barroso.

Mal pisa na porta de casa e a esposa conta-lhe ter ocorrido um acidente terrivel na esquina da Lobo da Costa com a Barroso. De pronto ele virous-se, sem nem tirar o Chapéu, e foi la ver. Voltou para casa furioso que havia gente sem nada o que fazer para sair contando tais mentiras.  

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui