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Cronicas-->1973 - Mais Historinhas -- 05/02/2012 - 21:41 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dias atrás contei algumas historinhas, não são da carochinha, só parecem. Entretanto as vivi e as escrevi, como parte da vida que são. Elas aparecem. Já estou em Piracicaba uns quatorze anos, o que me fez andar por toda a cidade. Outro dia, o Alexandre me liga - Escuta aí, apareceu o terreno, já comprei, quinta to aí e o Pira vai nos mostrar. Como? Fica frio, ele vai mostrar tudo. E mostrou o terreno, inclusive a cidade toda, como se eu não a conhecesse nadinha. Fez um city-tour total. De início até falei, já conheço e ele nem ouviu. Mais de duas horas da quase minha cidade e ainda pintado no Mirante. Valeu porque fiquei sabendo umas coisas novas. Ah, o terreno não deu certo. Foi meio assim com o Ely em setenta e quatro, ele ficou namorado de uma recepcionista, bem bonita, mas guardou prá si. Ficamos sabendo e todo respeito, vez que ele se apaixonou. Num é que um dia entra um vendedor, bonitão daqueles e se senta na frente dele, oferecendo os produtos, buscando um pedido. Ni qui começa a ladainha, a moça entra dar um aviso qualquer e o sujeito se cala e só olha. Primeiro comentário foi sobre a calça, colada e depois todo o resto, justo pro Ely, que bem ouviu e até disse - Ó cara, aí já tem dono, manéra. Quê, o tal continuou e ainda pediu ajuda para um contato. O Ely, já quase fervendo, só pedindo - Cuidado, já tem namorado, quase noivo. E o cara nada de parar, rasgando todos os elogios à formosura e quetais da moça. O Ely ferveu, pediu licença e foi ao banheiro. Nessa altura, todo mundo já tinha percebido e só esperando o mico ou o barraco. Ficou no mico, pois o cara ainda foi comentar com o Silvio e recebeu - Se liga, a menina é noiva dele e vão se casar. Nóóssa, o cara se borrou todo, de vergonha e nisso chega o Ely. Nem um milhão de desculpas resolveu. Pó cara, é a minha menina e você todo aí querendo pegar. Desculpa, foi sem querer. É de dar risadas, mas, o cara acabou padrinho e deve ter dado um belo de um presente.
Por essa época eu também namorava e sofria com uma calça branca colada e quando ela vinha vestida, eu sofria mais e ouvia igual, mas era de chateação mesmo, todo mundo sabia que nós dois já éramos nós dois. E por isso que ela me defendeu, quando eu disse que a feijoada do refeitório tava prá lá de ruim. Eu era jovem, mas sabia a diferença de bom e ruim. Houve um teretetê, depois melhoraram. A feijoada já esqueci, mas a calça branca era ótima mesmo.
Cheio de histórias era o Paulo, que trabalhou conosco, além de ser um são-paulino roxo. Amolava por demais os outros, até apostar com o Alexandre. O São Paulo perdeu e olha lá o Paulinho na foto, com a camisa do Corinthians. Seu codinome principal era Paulo meu gatinho. Dono de um dialeto próprio, esfregando sempre as mãos, ele vinha te receber - A chave, vou ver o carro aí... Entre acertos e trapaiadas, um coração de ouro. Não podia pegar a Curier, que já queria correr ao mecànico, como arrumava defeito e gostava de umas e outras. Quando vinha em casa pegar alguma coisa sempre trazia um pão italiano, de uma padóka aqui perto, umas e outras.
Gosto muito do Alencar, tivemos e fizemos muitas coisas juntos, só aí dá um capítulo. Contarei só uma passagem. Uma tarde ele me fala - Preste atenção, eu tava lá na Contabilidade e escutei o Carlão pedindo de você. Ele vai te procurar prá te arrancar uma grana e não vai te pagar nunca mais. Faça o seguinte: arrume déis e pronto. Ele vai pedir mil, mas dê só isso e considere perdido, vai sair baratinho. Manhã seguinte senta o gordinho na minha frente - Você precisa me ajudar, não tó numa boa, devendo na farmácia, me arruma milão que te pago no vale. Nem olhei pro Alencar e disse - Carlão, magina, se eu tivesse tudo isso. Tenho déis aqui, mas, só até o vale. Num piscar ele pegou e sumiu. Nunca mais falou disso e nem o vi mais. O Alencar, falamos uma vez por mês.
Tem uma antiga, quando eu trabalhava com o seu João eletricista, ali na esquina do Dante. Ele tinha um Ford trinta e nove, boa máquina e a gente andava com ele prá cima e prá baixo. Eu e o Zezinho Japonês. Depois a gente deixava tão encostado na parede, só prá ver o seu João sofrer em manobrar o carro. Gostoso mesmo era o lanche que ele dava, sanduíche de mortadela e rabanada e café com leite. Tem muito mais, como a caxumba do Márcio, o Vidão do Osmildo, a Chernobela, o caderninho do Cruzado, a coleção do Jerónimo, o jeitão do Jomar e as do Paulo Cachaça, mas, neste domingão calorento de cinco de dois de doze, fico por aqui mesmo.
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