Usina de Letras
Usina de Letras
145 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62214 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10357)

Erótico (13569)

Frases (50608)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1063)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6187)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->1975 - Historinhas -- 08/01/2012 - 18:14 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Às vezes me pego contando historinhas da minha vivência, nas empresas que já passei. Quem ouve são as pessoas, que trabalham comigo, quando saímos juntos resolver um assunto profissional ou até nas reuniões do próprio dia a dia, o que já dá um monte delas. Devem ter uma paciência de Jó, fora as analogias que uso, como argumentos de trabalho. E tem as aqui de casa, desenvolvidas com a Edna, nunca vi tanta calma e audição. Tem hora que ela cochila, mas, repete direitinho, aí eu digo que papagaio é assim. Argumento mais furado. Anotei algumas.
Quando trabalhei em Itapetininga, em setenta e um, servi de cupido, para uma pessoa muito legal, o Job, um senhor viúvo em vias de um novo amor. Eu colocava no papel as suas cartas de amor e poesias melosas, que deram certo, pois ele se casou novamente. Saiu até um Aylóuviú, bem assim, numa das quadrinhas. Depois, ele, lanterninha do Cine Olana, me deixava entrar de graça e me pagava a pipoca. Apaixonado também era o Pedro, lá da Otis. Chegava cedo e me contava do amor que tinha pela esposa. Na época do orelhão, ele ligava prá ela, sem ficha, só prá ouvir um Oi, antes de cair a ligação e assim era, onde encontrasse um. Imagine, hoje, com celular. Era bonito de se ver. A mesma paixão ele desenvolveu por um Corcelzinho creme, todo ruim e cheio de massa na lataria, que devia ter no motor igual. Deu um trabalho prá ele e foi meu por uma viagem, ida e volta a São Miguel. Não gostei e devolvi pro dono, que repassou a ele e ele se apaixonou. Também era bonito de se ver. Cultivou os dois amores, até eu sair de lá. Mesma empresa eu chefiei follow-ups, seguidores de compras. Um deles, nem lembro o nome, era atarantado, cada confusão armava. Falei – Viu, pegue a Kombi e vá lá em Botucatu buscar essa emergência, duas caixas. Foi que nem um furacão e chegou pimpão – Jairão olha aí e jogou a nota na mesa. Boa, entregue no almoxarifado. Olhou prá mim e pros lados, num é que esqueceu as caixas lá, só trouxe a nota de tanta pressa que foi. Fez meia volta e foi buscar, deixando a nota na minha mesa. O problema se resolveu, mas ficou a lambança.
Antes, lá na Telefunken, eu era um dos follow-ups e saía por São Paulo a fora, com os vários kombeiros, contratados para isso. No caminho, eu que ouvia os causos e as lamentações. Dei muita risada com uma, do Sobrinho. Primeiro ele se queixou, depois contava já como anedota. Sorria, mas não se conformava. Nessa época aí, se roubava muita gasolina dos tanques, que nem fechaduras tinham. Ele colocava a sua Kombi, de frente numa vaga que cabia sete oitavos dela, ainda em declive, pois sua casa era mais baixa que a rua. Triste Sobrinho, roubaram a sua gasolina, duas vezes na mesma semana. Decidiu, então, colocar de ré, protegendo o tanque. Mais triste o Sobrinho, roubaram o toca fitas e umas coisas do porta luvas. O dilema foi dele e a história nossa. Me parece depois, ele derrubou uma parte da sala e colocou portão. Tem uma minha, quando comprei um sapato branco, de um colega lá. Andei por um tempo de jeans e esse sapato, até num fim de ano, fiquei todo azulão e esse sapato. Não cheguei a por com terno, só faltava essa. Demorei para entender o ridículo da coisa, ainda mais sem meias. É, coisas que passam...
Início dos noventa, já chefe, precisei de um auxiliar com experiência de computador. Tinha um menino, dezoito, dezenove, articulado, cheio de nove horas. Falei – Aceito, vamos ver. E vi. Rápido no gatilho, mais rápido ainda, quando eu o contratava, no particular, para apressar a digitação de uma documentação qualquer. Valia um ticket de almoço. Depois, ficou manhoso e grande contador de lorotas. Chefe, chegou ele – Sabe os três tomatinhos? Não. Três tomatinhos andavam pela rua, quando um gritou – Olha o carro... plosh! O segundo – Onde? ... plosh! E o terceiro – O queee? ... plosh! Sorria de cair. Imaginem em inglês, ele contando – Boss, tri tomeitus in de strit. Luki de car... polosh! Uérrr... polosh! Uóót... polosh! Em francês, carioca e... até em japonês. Mais de uma hora, ninguém trabalhava. Plosh, plosh e plosh...
Pois não, Doutor Jair. Cê viu o Serginho? Era pra voltar hoje, segunda depois do fim de ano. Que aconteceu? Não te conto, só depois que eu matar ele. O mesmo dos tomates, agora, as voltas com canarinhos. Sabem, o Doutor tinha um casal de canários, daqueles de coleção e de ganhar prêmios em exposição. Ganharam muitos. Pois é, o Jair Doutor, iria sair de férias e contratou o menino para tomar conta dos bichinhos, pagando adiantado, deixando uma receita de atividades e comidinhas preciosas para os canoros. Apresentou o casalzinho e rezou a missa – Olha, cuide assim, cuide assado... Pegou as malas e viajou. Sabem mais, o Serginho nunca apareceu cuidar e o Doutor, coitado, encontrou os dois com as patinhas pra cima, quase já sequinhos. Fala menino e some daqui, o hóme vai te trucidar. Chefe, eu fui lá enchi de comida e de água, achei que tava bão e não fui mais. Um mês! Só sei que, pelo cangote o Doutor levou ele numa exposição e o fez comprar um novo casal, dos mais caros e maviosos, além de ter obrigado a tratar deles, diariamente, por um bom tempo. Coisa que o Serginho deve ter tirado de letra, uns quatro anos depois o encontrei e ele me contou tudinho, sem parar de rir, até babando. Ainda mais, quando disse – Sabe as três melancias... E tive que ficar sabendo e, oito de um de doze, conto depois, mais outras.
 

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui