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cronicas-->O Que se Diz Por Aí -- 03/01/2012 - 11:52 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um bom início é o que se diz, o que se fala por aí. Não digo que não tenha nada na cabeça, ou que pelo contrário, tenha tantas coisas que poucas idéias possam sair de lá, de tão emaranhadas e confusas que estejam. Sou da opinião de que se se começa a contar uma história, essa tem de ir até o fim. Meios tons, realidades subvertidas me interessam. Cores vivas, deformadas pela visão de um personagem, ou sufocadas pela situação absurda de um transeunte que vê mais que a massa média que passa, embevecida pela ilusão ou amortecida em pensamentos amesquinhados. Interessa-me o oculto, o que não se diz, o que se diz à meia boca, porque o óbvio é acachapante e todos se riem de quem consegue se desligar (e na maioria das vezes ou não dão atenção ou lhe chamam de louco). Aliás, essa história de louco. Louco, confuso, incapaz, desorientado. Desarranjado, aparvalhado. Tudo o que deixa de ser "normal" é o sonho da massa média cretina que pede para ver quem lhe chame a atenção; pois que, ao primeiro passo errado, ao primeiro pulinho, ao início do gaguejo, vem a pecha e o mais de que se faz à beça na rua e nos lares: Fala-se, comenta-se, deturpa-se porque não há mais nada a fazer em um lugar onde a superficialidade impera, onde a análise mais profunda não resiste a uns minutos de espera indecisa e onde o Outro lhe interrompe, pede desculpas e vai ao banheiro soltar um flato. È fato, não é de rir-se! Experimente conversar, por menos que seja, com um desconhecido. O camarada vai lhe olhar como se fosse um mutante; depois, pensará ser você um louco (estará falando sozinho?) e logo após, se você não se cuidar, pode vir um murro, ou um xingamento! Experimente! Nada resiste ao acachapante juízo e bom senso. Nada pode ser diferente. È o princípio da boa norma de conduta: Nunca fale com estranhos. Vire as costas a ele, se ele tentar falar. Se você for mulher e bonita, ofenda com o olhar e com palavras chulas. Se for homem, faça um gesto com o dedo médio, na janela do carro. O máximo: vai sair do farol contente da vida porque fez o que lhe mandava o coração. Todos juntos no trànsito, horas a fio e o máximo é mostrar o dedo médio para o impaciente que buzinou ali atrás. É fato! Olhe para o menino no parque. Sua mãe, jovem ainda, está num banquinho, sentada e teclando num celular e o pequeno está a ponto de cair num bueiro. Mas ela tecla e grita "Michel, cuidado" e continua teclando, sem ligar ao sol na cabeça, o céu sem nuvens e ao menino sem credo. Ah, nunca tente ajudar o menino, o máximo que vai conseguir é um grito dele e sua mãe despertará qual abelha africana, novamente a lhe xingar. Capaz de alguns espertinhos aproveitarem a deixa para saírem esmurrando o agressor de criancinhas. Capaz de o moleque cair finalmente no bueiro e os cretinos mais a mãe de telefone em punho, todos correndo atrás do pedófilo agressor que ousou querer ajudar o menino antes do buraco escuro. É o máximo! Fuja, seu empedernido, cruel acólito das artes das profundezas, vil mercador dos instintos mais bestiais e perversos, fuja, porque o menino agora sumiu vítima da incompreensão alheia e pelo menos suas mão estão limpas. Um bom velhinho lhe vê correndo, sob o sol da tarde e sutil estende a perna para que você tropece, mas seus reflexos ainda são rápidos e ele lhe mostra o dedo médio dizendo "pega ladrão" e você precisa se esconder, seu louco pervertido. Melhor sair daí, continue sua análise comportamental em outras paragens, aqui o ambiente está muito amistoso, quem sabe numa fila de lotação ou fila de caixa de banco, ou quem sabe um ponto de ónibus bem ao torrar da tarde crua? Como quem não quer nada, estenda um jornal de maneira a ler as notícias, de forma que todos no ponto as leiam, ou de soslaio, ou desavergonhadamente; de graça, até ónibus errado, é o que se fala? Um bom começo, como ao início. Experimente fazer cara de maus bofes ao ser lido! Uns debocharão, outros cochicharão (e voltamos à principal atividade da mente média) e os mais afoitos chegarão a dobrar a página para ver as notícias de futebol ou das artistas preferidas. Todo mundo quer o céu, mas ninguém passa pelo purgatório e você é que paga a passagem. É o que se fala por aí. Não é de rir-se, é fato! Sabe-se de mais de um ou de outro que por menos que isso deixou alguns fragmentos de si ao ar de mais de uma avenida. È fato, não é de rir-se, é o que se fala por aí.
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