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Cronicas-->Sangue de Boi -- 30/12/2011 - 18:01 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Fim de ciclo, as pessoas agitadas correm as ruas revisando as rotinas que os prenderam a mais um ano de tempo, este signo inventado pelo Homem com seus calendários artificiais e superficiais.  O verdadeiro Tempo, o que escorre entre os dedos do próprio Homem,este todos esquecem. Acovardados,escondem-se atrás da "falta de tempo", do "tenho mais o que fazer", "muito trabalho pendente" e aí, isto serve de escudo contra todos os encontros dos quais ele foge. O Homem foge de si mesmo e tenta compensar a escuridão de seus próprios processos internos sufocando sua Alma com os mais diversos aparatos; não uma, mas várias vezes, ele surpreende a amada com uma jóia rara--e no entanto, na calada da noite, rói-lhe uma lágrima que ele oculta, na dor do que não é e nem jamais será vivido. Escusa-se o Homem, a civilização não cessa seu movimento porque passa uma raposa na linha de um trem-bala.

Mais fácil a vida desaparecer em vapor vermelho.

Tal não era o momento de se repensarem os valores? Uns e outros se contentam à solidão de imensas casas. Ligam suas televisões e a voz do apresentador do jornal enche a sala de más notícias, que eles saboreiam à meia-luz com um cálice do vinho de um Cristo esquecido. Oh não, Homem insano, que mais poderia querer senão ver as negras ondas de tua ignorância extrema invadirem casas, ruas e morros? Já não seria o tempo de sua alma bater asas e fluir num céu brilhante, cristalino, como de há muito devia ter sido e nunca foi? 

Fim de um ano, motivo de espera. A noiva espera no altar, a filha relembra do pai, o relógio ressuma as horas fatais. A raposa caminha nos trilhos e avança ao som do aço destruidor. Todos levantam a taça, bateu Meia Noite, as máscaras caem na orla de um sonho. Os passos são ocos, corre o Homem atrás de sua sombra e é ela, somente ela, que destila as intenções do Outro, este Homem esquecido de si mesmo, nos cacos do espelho de outrora, recortado a si mesmo pelos esplendores de um Tempo que já se foi.

Na mesa, eu apanho o guardanapo e esbarro na taça, tilintam cristais no frenesi das bocas ávidas. Eu de minha parte tenho dúvidas; Também, quem mandou me aprofundar em terreno tão pantanoso? Quem se importa?

--Complicado, você.

--Saúde!

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