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Artigos-->A MAGIA DO PODER -- 19/07/2003 - 15:15 (Filemon Francisco Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A MAGIA DO PODER







Filemon F. Martins







Com a ascensão do Partido dos Trabalhadores ao Palácio do Planalto, o fascínio da equipe do governo Lula pelo poder ficou evidente. Como é possível, em tão pouco tempo, mudar tanto ? A Filosofia do partido mudou de uma hora para outra. Pelo menos aos olhos do eleitor. Tudo que parecia errado, agora está certo. Tudo que parecia injusto, agora é justíssimo.

Sabe-se que a herança deixada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso ao governo Lula foi extremamente pesada. Aquele, sob o pretexto de que era necessário modernizar, para gerar empregos e equilibrar as contas, vendeu todo o patrimônio do povo brasileiro. Hoje, pagamos caro pelos serviços privatizados, com qualidade cada vez mais ruim e continuamos sem saúde, educação, segurança e sem ensino. E não podemos cobrar judicialmente ou responsabilizar o grupo do ex-presidente.

Em 1988, Luiza Erundina foi eleita, pelo PT, Prefeita da cidade de São Paulo e não obstante as dificuldades que teve de enfrentar, entre outras, peitar os empresários machistas, o preconceito de ser nordestina, o preconceito de ser a primeira mulher a administrar a maior cidade da América do Sul, no campo social, fez um trabalho admirável.

E era nessa esteira que se esperava que o PT administrasse o País, já que o governo anterior do sociólogo FHC nada fez pelo social. Quem leu o livro “LULA – BIOGRAFIA POLÍTICA DE UM OPERÁRIO”, de Frei Betto, não reconhece mais o biografado pelo Frei Betto e nem o Partido dos Trabalhadores. Falando sobre a criação do partido, afirma Frei Betto: “Assim, o PT emergia da vontade de independência política desses setores populares, historicamente cansados de servirem de massa de manobra em mãos de políticos e partidos comprometidos com a manutenção de uma ordem política e econômica ATRELADA AOS DONOS DO GRANDE CAPITAL.” (grifo meu).

Mais adiante, Frei Betto informa um dos pontos do Programa do PT: “Centrado nas questões essenciais ao desenvolvimento social do País, como a suspensão do pagamento da dívida externa, a reforma agrária, o aumento real do salário mínimo, o combate à inflação, a distribuição de renda, o controle da evasão de divisas, a estatização dos setores estratégicos da economia e a priorização de áreas como saúde, educação, transporte e moradia.”

No retorno de sua viagem à Europa, recentemente, Lula afirmou que “ é cedo, pede paciência e não quer ser julgado com apenas seis meses de governo”. Está correto, mas como brasileiro e eleitor do Partido dos Trabalhadores, nada me impede de registrar aqui minhas opiniões.

Ainda é cedo, pode ser prematuro, mas não consigo engolir que a prioridade do governo não tenha sido, por exemplo, combater a corrupção, à sonegação fiscal e o recebimento de dívidas do INSS. De acordo com a coluna CONEXÃO, do jornal PÁGINA3TRÊS, de Balneário de Camboriú, Santa Catarina, de 05/07/03, “ O Presidente da República, Lula, voltou a defender nesta semana mudanças no Judiciário. Curioso que sua excelência invista, mais uma vez, contra um poder autônomo, num momento em que começam a pipocar denúncias de corrupção no poder que ele comanda, o Executivo.” Aliás, diz o dito popular que é mais fácil apontar erros do vizinho, que corrigir seus próprios erros. Não posso conceber também, sem afrontar minha inteligência, que ONZE (11) dos maiores devedores do INSS estejam aninhados e protegidos pelo manto sagrado do conselho de Lula, responsáveis pelo “planejamento das reformas”.

O PT nasceu da classe trabalhadora e foi fundado por um trabalhador, mas os fatos mostram que o trabalhador não tem mais lugar no partido. Não há como negar que o PT mudou ou melhor, se amoldou às exigências da elite brasileira. Desta forma, a mídia pode noticiar, com estardalhaço, as reformas que o PT pretende fazer, como se fossem a salvação da pátria, como fizeram com a venda do patrimônio nacional.

Conforme o DIÁRIO DE S. PAULO do dia 19/07/03, o ministro do Trabalho, Jaques Wagner, falando sobre o desemprego no País, em palestra na FIESP, afirmou que “O alarme é maior que o drama”, observando que não pretende “brigar com as pesquisas” que apontam crescimento das taxas de desemprego no Brasil. Como diz o ditado: “Pimenta nos olhos dos outros, é refresco.”

É preciso filosofar um pouco. Nem mesmo a música envolvente de grandes compositores, como Beethoven, os acordes de Tchaikovsky, a sinfonia de Mozart e a sensibilidade transcendental de Chopin conseguiria transformar e mudar, em tão pouco tempo, os corações da equipe do governo Lula. Somente uma força poderosa, que não é oculta, todos sabemos qual é, teria o condão de modificar o destino do Partido dos Trabalhadores. Em 1991, Jacó Bittar, que fora eleito Prefeito de Campinas pelo PT, deixa o partido. Traição do Prefeito ? Ingratidão ? Radicalização ? Anos mais tarde, Luiza Erundina, também do PT, para integrar o governo do Presidente Itamar Franco, é obrigada a deixar o partido. Será que naquela época, dentro do partido, já havia a intenção de dar calote no eleitor ? Sim, porque houve um calote eleitoral. A equipe do governo Lula, especialmente os eleitos pelo povo, deputados e senadores, precisa dar explicações sobre a mudança de rumo.

Por precaução, meu título de eleitor está bem guardado. Tomara que as ações positivas do governo venham a ocorrer e que, no futuro, eu possa escrever e confessar que estava enganado. Oxalá!



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