100 Anos O Resumo
Por Cesar Sanchez.
O que importa, se vai nascer ou morrer?
É mesmo o princípio, o meio e o fim.
Das coisas que surgem somos apenas pequenos seres que tem a obrigação de se manter vivos, temos conciência da morte, porém, não a conhecemos a ponto de não teme-la.
Por que é assim?
O que acontece dentro de nós para que tenhamos tanto medo?
Perdi meu medo de morrer, mas não o medo de saber que tudo que passei será esquecido, dias, anos, séculos se passarão, e tudo que vivi, com as pessoas que vivi, não terá sido nada, para as gerações seguintes.
As músicas que fazemos, as pessoas para quem cantamos, os trabalhos sacrificantes, nada sobrará.
O Amor, quem lembrará de uma bela estória de amor?
Os sentimentos, os olhares que ninguém viu, que ninguem sentiu, tudo isso não será muito.
Sobreviverão apenas as coisas materiais, nossos esforços continuarão em outras peles, em outros avatares.
Mil anos passaram, mil anos passarão, minhas letras aqui escritas num computador de última geração talvez não chegue aos meus netos, nem aos netos deles, assim como alguns livros chegaram a mim, meus pensamentos morrerão comigo, deuses, santos, não sabem da minha existência, não temem a nada, são as vezes temidos, por seres que não viverão eternemente em memória alguma que não seja a de si próprios, que também acabarão em pouco tempo.
Seremos corpos podres esquecidos em cemitérios lotados de outros corpos, teremos nossos túmulos saqueados, como já acontece hoje.
E mais uma vez a caveira de nossa sociedade estará exposta ao fogo flamenjante da ignorância.
É difícil dizer que não existiremos mais daqui a uns 30 ou 40 anos, que esse tempo passa rápido, é mais fácil acreditar que a morte é a passagem para uma nova vida, isso não pode existir.
Porque não pode?
Não pode pq seria muita mágoa, muitas lágrimas, que viriam a escorrer cada vez que morremos, ou perdemos alguém.
Se tivessemos mesmo de continuarmos vivos, isso aconteceria aqui mesmo. E não em outra dimensão como muitos pensam.
As pessoas passam em nossas vidas e deixam pedaços delas conosco, e nós deixamos nossas partes também com elas, enquanto isso acontece estamos vivos, mesmo que mortos.
Depois de um tempo, quando ninguém da nossa geração mais vive, acabou, estamos esquecidos de vez.
O ser-humano, não pode viver sem motivo algum, precisa se apegar em algo, seja na religião, ou na crença que viverá após sua morte.
Morte é fim e ponto.
Quem nasce, já começa a morrer, aqueles que não nasceram estão mortos.
A morte é a verdadeira fonte da vida.
A vida é uma parede imensa que nos empurra todos os dias para a morte.
Devemos cuidar de nós, não de graça, mas que este pouco tempo que passamos vivos, sejam bons, e não para aprendermos algo, não levaremos nada conosco, nem as belas lições de vida que temos por aqui. Devemos usa-las aqui, neste exato momento. O resto não existe.
Perguntem a sí mesmos se tem o conhecimento sobre a vida que gostariam de ter.
Façam essa pergunta a sí mesmos sempre que acordarem.
E também quando se surpreenderem com algo diferente em suas vidas.
Sempre perguntam, se não há um deus, pq a natureza é tão perfeita?
Oras, a natureza é perfeita por si própria, não é preciso um deus, ela é a forma personificada de deus, criadora de sí mesma.
Então se há um deus, que seja ela, a Natureza.
Que se expande em nós como em todo universo.
Que há vida no universo, é provado, olhe ao seu redor...
Viu quanta vida?
Eu em meu pouco tempo de vida, tenho absoluta certeza de que não só aqui, mas em todo o universo há vida, o universo é enormemente gigantesco, mas não, não infinito.
Isso possibilita imaginarmos, que o universo em sí é vivo, assim como eu e você que estás a ler este texto.
Imagine o Universo como um corpo de uma pessoa ou de um outro animal qualquer.
Imagine que você é uma célula, que percorre as artérias desse corpo, e que você percorre milhões de quilômetros e parece nunca ter fim, na verdade há um fim, mas você não pode perceber pois é um ser muito pequeno você é uma célula.
Acontece o mesmo aqui conosco.
O ser-humano, é apenas, nada mais do que um parasita sugando os recursos deste planeta, ou poderia dizer célula de um corpo a qual pertencemos.
Sería este o segredo do universo que teimamos não aceitar?
Aceitar que nada somos, porque sabemos contar infinitamente, construir, e nos comunicar, isso não quer dizer nada, nosso corpo se constroi sozinho, as células de nosso corpo se constroi, e não podemos dizer que são inteligentes, nossas células também se comunicam.
Essa tese acaba definitivamente com as religiões de hoje, e parte para uma jornada cheia de poucos mistérios.
Sería extremamente difícil para o ser-humano aceitar que nada é, é por isso que existem religiões, para dar suporte ao ser-humano, imaginem o caos que seria no mundo se de um dia para o outro, o povo todo desse conta, desta realidade.
Que dentro de muito pouco tempo tudo que ele é terminaria.
Acredita mesmo que as pessoas levantariam cedo para trabalhar, ganhar pouco, sacrificar a sua vida em troca de pouco dinheiro, como acontece hoje?
Não.
Não o fariam, elas iriam prefirir muito mais entrar em comunhão consigo mesmas, estar em locais arejados, com árvores, riachos, se deitariam no gramado e sentiriam o planeta vivo ao seu redor, aproveitariam cada momento de sua vida, aprenderiam mais sobre as coisas da vida, esqueceriam das guerras, plantariam seus alimentos, a fartura sería dividida entre as pessoas, não haveria ganância.
Mas não, as pessoas preferem acreditar que Deus salvará a todos, e por isso levam a vida que levam.
Vão a praças, e não tem comunhão com a natureza. Olham distraidamentes o céu azul, as árvores, mas em seu íntimo, pensam no dinheiro e em seu trabalho, no sucesso, e em coisas que nunca vão realizar.
Certa vez fui com um amigo, ao Poço das Antas, um local muito gostoso da cidade de Mongaguá – SP, subimos o morro, por meio de pequenas quedas d´agua, até chegarmos numa piscina natural, me recordo de estarmos cansados, e cada um caiu exausto em um lado.
Passada algumas horas eu acordei, com o som de uma formiga arrastando uma folha bem do meu lado, aonde numa cidade tumultuada eu teria essa experiência?
Jamais, me recordo também de ouvir carros passando em alta velocidade, impossível pensei, aqui não passam carros, e realmente ali não passava, era minha mente me pregando uma peça.
Um vício de quem vive no caos, e chega ao paraíso.
Falta isso para as pessoas, falta conviver e viver!!!
As religiões dizem, afirmam a existência de Deus que você deve teme-lo, se Deus é bom, por que teme-lo?
Em algum momento em sua vida você parou para pensar o por que de tanta morte durante a santa inquisição?
Não seria para afirmar a força da religião e do poder acima do povo?
Manter o povo sobre os olhos da igreja, está na hora de sermos seres-humanos de verdade, livres. Livres mesmo, conhecem esta palavra, liberdade, pois é, somos livres, nunca precisamos da igreja, não precisamos seguir ninguém, temos o momento de sermos nós, e esse momento é agora.
Vá até o mar e olhe o horizonte, saiba que do outro lado há pessoas ali, olhando e fazendo o mesmo que você, acene para ela, mesmo que você saiba que ela não vai ver, mas faça isso, o sinal do corpo é válido em todo o universo.
Vá a uma caverna e grite OLÁ... bem alto, a natureza vai sentir sua presença ali, nem que seja por rápidos instantes você vai senti-la dentro de você, e isso não há dinheiro que compre.
Salte de para-quedas, ou de asa-delta, veja o planeta que você mora de cima, de um ângulo que você nunca viu, conte para seus amigos e diga a eles o quanto é bom.
Fale de seus amores, das músicas que você gosta de ouvir, quando puder ouça a músicas que seus amigos gostam, e mostre que eles também tem bom gosto, a música é uma planta, é a iris dos olhos, sempre com sentimentos diferentes.
Não permita ser dirigido, nem dirija ninguém, cada um na sua, a estrada da gente, está pronta, não podemos pegar atalhos e nem seguir caminhos que não são nossos.
Quando seguimos por caminhos perdidos, estamos cada vez mais distantes de nossa felicidade, e isso é fácil saber, é só imaginar que a sua felicidade não é a felicidade de outro, o que te alegra, não alegra a outro. Isso não quer dizer que uma pessoa não se sinta feliz por você, mas o entendimento dessa situação, só é provada quando alcançamos nossos objetivos. Nossa felicidade, está no nosso caminho, e pronto, somente nós mesmos podemos nos desviar.
Olhe o céu todas as noites, deus não está lá, mas está lá algo muito maior que ele, está lá os nossos sonhos, contados no número de estrelas.
O olhar da pessoa amada que partiu e que deixou saudades está lá, seu sonho a acompanha, cuidando de seus passos.
Reflita sobre os seus passos até hoje, veja seus erros, não aprenda com eles, aprenda com as boas coisas que você fez, que você sentiu.
Entenda a vida como uma coisa só, não conte o passado por dias e anos, esqueça-se de datas, lembre apenas que você está vivo agora, e que a vida é uma só, sem dias nem anos para se contar, o que você pensa que viveu a 100 dias atrás, você não viveu a 100 dias atrás você viveu nessa vida, o homem inventou o tempo, o tempo é vago, não pode se medir o tempo, o tempo é a vida, você mede sua vida?
Lembre-se de quando era criança, mais além mais nova, quanto mais criança você puder se lembrar, percebe como os dias não contavam para você?
E você consegue ver que tudo pode ter acontecido ontem. E tão próximo é esse ontem que na verdade não foi ontem foi hoje e que hoje é a sua vida. E amanhã é todo segundo que passa, que tempo é esse extraordinário, esse tempo é a sua vida.
Todos nós estamos mortos já, até aqueles que não nasceram ainda, todos tem seus túmulos abertos, todos nós estamos mortos, vamos aproveitar esses poucos momentos que nós temos, hoje, é todo dia, estou entendendo isso agora neste momento, é meu momento mais profundo, entenda também, não deixe que sua vida passe desapercebida por aí, 100 anos quase ninguém vive, quem vive conta estórias que serão esquecida quando ele se for também.
Descubram uma fórmula, para que ninguém esqueça ninguém.
Eu tento aqui, escrevendo essas linhas ouvindo um pássaro cantar, avisando que o dia amanhece, já sei de tudo que vai acontecer hoje, e vou prosseguir.
As nuvens passam rápidas no céu, um bom vento me faz bem, minha alma se é que ela existe mesmo, se sente bem.
Mais um dia, de correria, caos urbano.
Outro dia choveu, andava eu pela rua, olhando as pessoas de guarda-chuva andando pela cidade, com pressa, eu me desviava das pessoas para não molha-las mais com meu guarda-chuva, abria passagens, me descobria e me molhava para que outras pessoas passassem, e nem um olhar de consentimento, comprimento ou agradecimento era retribuido, pensei como pode as pessoas serem assim, acham obrigação abrirmos passagem a elas.
O que custa passar na rua e dizer bom dia, boa tarde ou boa noite, as vezes as pessoas estão perdendo a oportunidade de serem simpáticas e de conhecerem novas pessoas.
Parece-me que as pessoas optaram por viver assim revoltadas.
Nunca vão entender que tudo acaba um dia.
Cesar Sanchez.
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