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cronicas-->Lenda da Maria da Mochila Azul -- 05/11/2011 - 14:09 (Luciana do Rocio Mallon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lenda da Maria da Mochila Azul

Em 2005, eu estava na Praça Rui Barbosa de Curitiba, esperando o meu ónibus no ponto. Quando de repente, avistei uma mendiga com uma mochila azul. Ela falava o seguinte:
- Existem dois tipos de homens, um é homem com "h" minúsculo que é um ser humano, que não passa de um simples animal racional. Mas existe o Homem com "H" maiúsculo que é uma criatura gentil, preocupada com os outros, a verdadeira imagem e semelhança de Deus.
Ao escutar estas palavras, admirei o linguajar desta provável moradora de rua. Porém, logo o meu coletivo chegou e tive que deixar de escutar a moça. Naquele dia, antes de me deitar, me lembrei das características físicas daquela mulher: traços finos, cabelos loiros, olhos verdes, estatura mediana, aparentando uns quarenta anos e com uma mochila azul nas costas. Realmente, a sua aparência não era de uma pessoa que foi criada na rua.
Naquele mesmo ano, alguns meses depois, avistei a mendiga da mochila azul, na mesma praça. Ela falava:
- O problema do nosso país é a corrupção...
De repente, meu ónibus chegou e não pude escutar o discurso da moça por completo.
Em dezembro de 2008, fui chamada para trabalhar como vendedora temporária em uma loja com mais onze vendedoras. O problema é que só havia um fiscal de segurança naquele estabelecimento.
Um certo dia, a mendiga da mochila azul, entrou dentro da loja e começou a fazer o seguinte discurso:
- O Natal é uma data comercial. Pois as pessoas se esquecem do verdadeiro significado deste dia. Para começar Jesus não nasceu em dezembro, ele nasceu em março. Foi um imperador romano que impós que a data do Natal fosse no dia 25 de dezembro...
De repente, uma das donas da loja, chegou perto de mim e disse:
- Como o segurança foi almoçar, será que você poderia ajudar a retirar esta mulher transtornada daqui?
Eu disse que sim com a cabeça. Deste jeito cheguei perto da mendiga e falei:
- Vamos tomar um ar lá fora?
- Afinal está muito abafado aqui!
- Lá fora a senhora poderia terminar de me contar esta história...
A moça concordou e fomos para frente da loja. Sentamos perto da vitrine. Então eu disse:
- Sabe, sempre admirei os discursos que a senhora faz...
A mulher abriu a mochila e comentou:
- Pegarei um cigarro.
De repente, caiu um documento velho nos meus pés. Eu peguei e vi que o nome estava borrado, a única palavra que consegui desvendar foi Maria, o mais interessante é que aquele documento era a identificação de uma professora universitária e a foto era desta mendiga um pouco mais jovem. Então perguntei:
- A senhora já foi professora universitária?
Ela respondeu:
- Isto foi há muito tempo atrás. Um dia, meus parentes falaram que eu era louca, me mandaram para um sanatório e tomaram meus filhos de mim.
Naquele instante, uma das vendedoras foi até a vitrine e me chamou:
- É para você voltar na loja, pois o movimento está grande.
Desta maneira, eu obedeci.
O tempo passou e alguns anos depois vi a Maria da Mochila Azul novamente, mas ainda não tivemos oportunidade de conversar outra vez.
Luciana do Rocio Mallon

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