Toda a arte pede criação do belo. Ai de nós humanos se o homem não fosse capaz de criar e publicar suas obras diante do olhar alheio, crítico ou não. Desde tempos imemoriais que o ser humano cria e se diverte com a sua criação. Há um dom inefável em cada criatura e, graças a ele as culturas sobrevivem cheias de diferenças, ricas em informações.
Há desníveis abissais, economicamente falando, entre a China e o resto do mundo. Culturalmente isso até se agiganta. É uma pena que o governo chinês tenha trabalhado há décadas na desconstrução dessa cultura milenar. Vejamos as dores que sentem os nossos irmãos tibetanos, monitorados em seu cotidiano e sem poder viver e exercitar sua vasta cultura. O governo revolucionário chinês é de certa forma, inculto. O que gasta para aumentar seu poderio bélico é assustador.
Os Yankees lá do Norte, empurram goela abaixo sua Coca-Cola e seus alimentos semi-plásticos, numa desrespeitosa Contra-cultura, impondo valores novos e fomentando um famigerado consumo/vendas que tanto mal tem feito à s gerações atuais. A língua inglesa nas mãos dos americanos do Norte tem levado a sua cultura, de forma quase ditatorial, ou mesmo assim, descuidando-se de refletir sobre o grande mal que isso acarreta a todos, eles aí incluídos.
As culturas, naturalmente, viajam e se instalam no seio de outras culturas, ora se impondo e sobrevivendo, ora sendo abafada. Há os lugares comuns a todas elas e isso é interessante. Esse fluxo é ditoso, necessário. A troca cultural entre os povos é deveras salutar. O que eu creio que não seja interessante é a imposição que certas culturas sofrem de outras e que a toda força são chamadas a absorver os valores culturais novos.
Falando acerca de cultura, é-nos proibitivo não citar o grande Bhabha e o seu extraordinário esforço em prol desse tema. Homens há que se debruçam sobre os estudos culturais dos mais variados povos e que graças a eles nós temos acesso a informações importantíssimas sobre essa bela valsa cultural
Recentemente eu pude estar no ceio de uma linda mostra cultural de certa tribo indígena na cidade pernambucana de Águas Belas. Pude conversar com vários índios, saber de seus hábitos culturais, suas dificuldades diante da proximidade física com os brancos. Ouvi-os falarem o Iatê, uma língua difícil e bela. Eles chegavam aos montes, falando sua língua, mas vestidos com os trajes dos brancos, quase todos portando um telefone celular. Sua cultura, já de muito diluída com a cultura dos brancos de sua vizinhança, sofre os mesmos males de outras tantas. Conversei com o índio Erivaldo, ouvi dele, em relato simplório, informações importantes sobre a cultura do seu povo e o orgulho que ele carrega dentro dom peito por ser um deles. Fala de boca cheia e se esforçou para que eu aprendesse algumas palavras no Iatê.
Quanto mais rompemos os anos de vida, mais informações encontramos e menos respeito temos tido com as mais diversas culturas, estando aqui, de forma muito intensa, os dados culturais ao que diz respeito as culturas indígenas. É necessário que tenhamos um cuidado especial para que nossos valores culturais não sejam mascarados por imposições de outras culturas. Conviver é melhor quando há respeito pelos limites culturais. O nosso índio está no fogo cruzado desse despropósito acultural.
