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Cordel-->Atleta de crista alta e ultimato da mulher -- 18/06/2002 - 12:34 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos









No futebol, toda sujeira
É pouca para usar
Num lance de bequeira
Nada pode passar

Por isso, invento qualquer meio
Além dos que já sei para aplicar
Já dei cama de gato e cabeceio
Na cara, pra a jogada estancar

Cuspi na cara do vizinho
E joguei bola pro mato
E já dou um bom carrinho
É jogo de campeonato

Cotovelada em bola alta
E tostão é que mais sei dar
E tranco, sem fazer falta
Para no barranco um lascar

Cavei penalidade lançando-me no chão
Dentro da grande área
Fiz um torcedor ter ataque do coração
Era torcida adversária

Já fiz gol de peixinho
Tentando tirar a bola da defesa
E lá se foi o bichinho
Que ia me dar comida na mesa

Já tirei bolas com a mão
Sem juiz nenhum nunca perceber
E gritei com ira pro timão
Ir à frente, o ataque recrudescer

É assim que até hoje eu jogo
Que nem político em assembléia
Jogo termina, na pinga afogo
Minhas mágoas e qualquer leréia

Meu futuro não é incerto
Pois sou muito popular
Na loteria nunca acerto
O certo é me candidatar

Recuperar bicho perdido
Com essa única saída
Filiei-me em bom partido
Careço de boa guarida

Melhor final meu de carreira
Não posso mais almejar
Não sou de subir em esteira
Nem em parede brochar

Nunca fui um homem de letras
Só sei mesmo é fazer boa bola rolar
E se eu sair pra outras tretas
Como roupeiro não vou me abastar

Minha dona não se cansa de avisar
Leva tudo da casa se o tutu diminuir
Por isso, vou a campanha começar
E no próximo jogo santinho distribuir


Por ser atleta de alta crista
Continuo crente em São Mateus
Da seleção já estou na lista
Faltam agora só cartuchos meus

E se lá eu tiver de me apresentar
Uma semana antes vou beber só suco
Maracujá é que mais prefiro usar
Para ninguém dizer que fiquei maluco

Vou chegar lá na concentração
Na maciota, sem pressa, mas no horário
E não vou ficar pulando portão
Por causa de mixe, nunca fui um otário

E quero ser bom titular
Sem nenhuma contusão
Não sou de me machucar
Nunca tive uma torção

Bem no dia da estréia minha
Eu vou botar pra quebrar
Quero ser um galo de rinha
De chuteira vou esporar

Quem mãe tiver sai da frente
Bola nos pés mais de um toque
Bom saber que chego quente
Bastante pra chamar o reboque

É desse jeito que eu gosto de atuar
Nunca fui de dar refresco a ninguém
Saio da área para lance poder matar
Perdendo, vou pro ataque também

Causa disso que eu acho que tenho vocação
Inda vou me ver em plenário
Rebatendo como o deputado qualquer balão
Desafio qualquer adversário

Vou fundar uma loja à beira-mar
À frente, balões, pranchas, bons estilingues
Atrás, o porto vou providenciar
Para receber os mísseis, todos os stingues

Já que abri minha caixa de maldades
Levo agora meu currículo para o partido
Enriquecer nossas boas publicidades
Direitos Humanos, meu comitê preferido

Depois de eleito, eu é que dou ultimato
Ou minha dona vem ser minha secretária
Ou ela fica sem cachorro em bom mato
O que não pode é o salário sair da área

Primeiro projeto meu, hum... tá aprovado de cara
Porque vou propor um salário para o ex-profissional
Afinal, quem tá vestido com camisa de onze vara
Há de ser considerado, até que merece o adicional

E quando começar a campanha para Presidente
Consulto todos os meus correligionários
Meu voto faz pesquisa deixar todos à frente
Vou entrar para a patota dos milionários

Daí pra frente, não voto a favor de nenhum impedimento
Recebo qualquer bola e mato no peito quem me censurar
Enfim, entro para o negócio sem nenhum constrangimento
Jogar sem bola só na regra três, onde eu não quero ficar.




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