Ai, ai, ai, meu Deus do Céu
mas que grande confusão
arrumei no tal cordel
onde fui meter a mão
não sabia que era assim
esse vício não tem fim
dói e alegra o coração.
Comecei devagarinho
como quem não sabe nada
escrevia uns versinhos
que ninguém quase olhava
mas um dia, de repente,
chamei a atenção de gente
que eu nunca imaginava.
Foi assim que veio o Zé
com seu ferro até no nome
jeito bravo de quem quer
afogar-se enquanto come
e na pressa de domar
tentou também amarrar
a potranca no horizonte.
Depois chegou Manezinho
lá das bandas do Icó
pisando bem de mansinho
querendo prender com nó
mas a potra à revelia
não aceita montaria
acaba ficando só.
Nesse bolo entrou o Almir
almirante de outros mares
nos campos veio bulir
com ares de liberdade
carinhoso e delicado
só com moça de recato
com homi só faz maldade.
Como só podia ser
os três queriam a potranca
não sabendo o que fazer
já que não tinha retranca
foi carinhosa com os três
e melou tudo de vez
perdeu a pose e a banca.
Hoje muié solitária
mais triste que quando chegou
parece matuta otária
que em promessa acreditou
deixou o Zé magoado
os menino aperreado
e com nenhum deles ficou.