Morri. É. Estou morta por dentro. Nada do que eu diga, escreva, faça, vai adiantar. Então, morri. Morri para a poesia, para os sonhos, para as esperanças. Morri para a ilusão. Nem essa mais me salva. Morri. Tento com força ser feliz, mas não consigo. E isso me enfurece! Por que não me basta o que tenho? Por que busco desesperadamente o que a cada dia fica mais distante de mim?
A tristeza, graças a Deus, sempre foi um estado no qual fiquei poucos e curtos períodos durante minha vida. Ninguém é sempre feliz. O que vem me preocupando é que me encontro triste há um bom tempo. Há quase quatro anos. E tenho muito medo de que isso se prolongue ainda mais. Muito mais. Não mereço viver triste. Desesperada, penso em alternativas para recuperar a alegria de viver. Muitas vezes, considero a possibilidade de deixar tudo. Não apenas a metade. E quando sinto essa agonia que me sufoca e me faz querer largar tudo, procuro focar meu pensamento em outras coisas que, ingenuamente, penso me fazerem feliz. Entrego-me de corpo e alma. Mentalizo: essa é a sua vida. Agarre o que é seu. Ame. Ame muito. E, depois de tanto amar, choro sozinha, quietinha. Quem amou? Que amor é esse?
Sempre pensei que grandes amores não fossem para ser vividos. Apenas sentidos. É. Pare para pensar. Quando amamos moderadamente (se é que isso existe), a vida é aparentemente tranquila. Nada fora do lugar. Amar demais deixa a cabeça, o coração, o corpo, tudo revirado. Minha vida está tranquila. Tenho medo, mas sinto vontade de revirar tudo. Sinto vontade de ser feliz agora. Sinto vontade de renascer.
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