Nas férias, fui com uma amiga e nossos filhos ao clube Recreativa de Campo, aqui em Ribeirão Preto. Lá, encontrei uma aluna do 6° ano, a Victória, e sua mãe, Sara. Cumprimentamo-nos e ela me disse: " nossa!, como a Vi gosta de você! E isso é muito importante, pois ela adora Língua Portuguesa. Eu falo que o professor é quem faz a matéria". Sorri, agradeci, conversei um pouco com elas e me despedi.
Sempre fico feliz com as declarações que recebo dos alunos e de alguns pais. É gratificante. Quem é professor sabe o que é isso.
Eu estava mesmo querendo vir aqui para escrever esse texto. Deixar registrado esse dia, mesmo que não tão bem elaborado. Mas enrolei. E foi bom porque, no primeiro dia de aula deste semestre, recebi uma carta de uma ex-aluna, a Julia Queiroz. Excelente escritora! Fui sua professora há dois anos. Ela se mudou para Bauru. No dia em que nos despedimos chorou tanto! Foi de cortar o coração. A mãe dela também chorou. Eu... também. De vez em quando trocamos uns scraps. Na carta que ela me enviou pela Victória, a garota do clube, diz que gostaria que eu me mudasse para Bauru e desse aula para ela. Disse que sua professora de português não é legal e que por isso está deixando de gostar da matéria. Gente, é um crime essa menina não gostar mais dessa disciplina! Ela é uma aluna fantástica! Brilhante! Não entendo como um professor pode deixar isso acontecer.
Acho que vou escrever para ela. Vou ver se consigo reanimá-la. Incentivá-la. Afinal, muitos professores ainda aparecerão em sua vida. E eu espero que sejam professores não capazes de desfazer a matéria.
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