Se ocê vier com jeito
Cheirando meu liso cangote
Não vai sobrar pra sujeito
Que não tenha esse seu porte
Deixo ocê pegar no queixo
Na mão, no pé... só não deixo
Mordê "ali" muito forte
Eu nada pergunto procê
Que já não saiba a resposta
E sei que tu vai dizê
Que num é só disso que gosta
Mas pra modi tu sabe
Eu quero mesmo é ocê
De frente, de lado, de costa
Não sou mulher de redoma
Isso já ficou bem claro
Por isso, meu Zé, me toma
No lombo do teu cavalo
Me leva pras pradarias
Me faz o que tu fazias
Quando eu montava teu talo
Mas num pense que é só isso
Que procuro no meu macho
Quando assumo compromisso
Sou fiel que sai de baixo
E cuido do meu menino
Com zelo e com desatino
Sou mansa que nem capacho
Tenho no sangue a magia
E o feitiço das ciganas
Trago no olhar a orgia
Das velhas noites romanas
Mas no coração carnal
nesse meu peito infernal
pulsa o recato das damas
Com todo o meu sortilégio
Não consigo o simples truque
De fazer cessar o tédio
Ou nascer amor que dure
Pois todo amor que me toca
Ao inverso de Midas provoca
O ouro virar ferruge.