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Cronicas-->1970 - Mais boléia -- 23/06/2011 - 14:31 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mais três historinhas dos meus dezesseis anos e ali da praça, onde e quando ficávamos horas apenas vivendo e crescendo. Preciso apresentar o Sérgio, chamado de Sérgio Macaco. Sem nenhum preconceito, mas, era chamado assim. Tinha uma irmã bonita e ficou algum tempo na cidade. E ele causava, pelo Corcelzinho envenenado que tinha. Eu e o Djalma, certeza. Tenho dúvidas entre o Marcão e o Homerão. Vrruummm bam bam, vrum vrumm... E aí, vamus em Itapê comigo? Entra aí. Vrrumm blém vrumm, mal sentamos, primeira e decolamos pela estrada do Gramadinho. Terra e buracos e curvas. Cento e vinte era pouco. Bração prá fora, só nas marchas, o Sérgião vibrava e nós quietinhos. Nem vimos, nem sentimos o bolinho de frango do Odilon. Passando pela Conceição, na subida, mais de cento e cinquenta, entramos pelo Alciati e num piscar entrou em Itapetininga, parou... Pi pipi, buzinou, saiu alguém. Tó pega aqui. Tchau, vurum vrum, virou na rua mesmo, de cavalo de pau e decolou de volta. Bláaaa, vrumm e dá lhe marcha no Corcelzinho duas portas e tala larga, um xodozinho. Nenhuma palavra, nenhuminha. Uma hora certinha, ida e volta. Desce aí. Tchau, vrum vrum vrummmmmm, virou a rua da Gruta e... Nunca entendi essa hora da minha vida, sei que a vivi. Sentamos, os três, quietos, continuamos crescendo...
Nessa época, mesma praça e tudo o mais. Sem carro e sem carta, eu já dirigia o caminhão, os outros também dirigiam alguma coisa. Mas, o que mais acontecia era banco de praça. E bate papo, muito. O Piero era mais velho, excelente rapaz, cheio de histórias. Grandão, jogava bola, na defesa, um cavalão. Tem tempo que não vejo ele. E não é que tirou carta. Carta, vocês sabem, não é de amor, é prá dirigir. Foi estudar em Itapetininga e vinha contar do trajeto. O Piero era corajoso ao falar das suas peripécias. Muitas. Tenho duas, são inacreditáveis. Não cabe a mim apostar na veracidade. Só contar.
Viu, escute só. Tava formando a maior tempestade, daquelas brabas, de cair árvore, um pretejão só. Puta vida, tava co carro limpinho. Saí correndo da faculdade, entrei no carro e peguei a estrada, a chuva atrás de mim. Dei mais de cento e vinte ali no Derac, passei a ponte do rio, subi, desci a Conceição. Só raio e trovão, não via nada prá tráis de mim. Carquei o pé e cento e quarenta, prá mais. Virei de uma vez o Gramadinho, aquela buraqueira, chééé prá essa tempestade, comigo não. Acabei de chegar, ela me perseguiu até ali no alto do Nhoca. Comigo não, sorrisão, o Piero afirmou - só tem um pinguinho no vidro de trás...
Pensando bem, até que o Piero era dos mais simpáticos e de bem com a vida. A gente tava ali no bem bão, ele chegava. Oba, e começava - tava subindo a subida do rio Itapetininga, vindo da escola, atrás de um caminhão carregado de pedra. Tinha uma lá, acho que meio solta. De repente, ela saltou da carroceria e vinha quebrar o parabrisa. Putz, abri o vidro, pus a mão prá fora e peguei a tarzinha, antes de bater no carro, que seria um estrago. Passei o caminhão e joguei ela de volta. Verdade, foi isso mesmo, tem até uma marquinha aqui na minha mão. Olhe aqui, veja. E nós todos vimos, principalmente o sorrisão dele.
E assim vivemos e crescemos, vinte e três de junho de dois mil e onze, com sorrisão fica melhor.
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