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Poesias-->SEXTILHAS -- 10/10/2001 - 08:01 (wladimir olivier) |
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Não temo o mar, o céu e a terra.
Não temo almas de outro mundo.
Não temo Deus, o diabo ou o que seja.
Temo apenas a mim mesmo,
a minha incapacidade,
a minha debilidade.
Temo a sombra que me segue.
Temo a caneta que seguro.
Temo o som do relógio.
Temo a carne que devoro.
Temo a flor que traz perfume.
Não posso apenas ser eu.
Temo o estado em que me encontro.
Temo a pátria que me prende.
Temo os deveres que me oprimem.
Temo a carne da minha carne.
Temo tudo que está aquém, a terrível ânsia de existir.
28.10.57.
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