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Cronicas-->Musa Relàmpago -- 10/03/2011 - 17:57 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Andava em passos amolecados. Não dizia nada, nem precisava. Só andava a nossa morena, pedia a Deus um que a olhasse, como se já não fosse visível a mil quilômetros de distância.

--Não acredito.

--Ela vem vindo?

--Ô lá em casa.

--Fiu fiu!

Nada de se empetecar. Não precisava, sua beleza chamava a atenção e é pelos olhos que ela apanhava o olhar do querelante. O elemento se dizia bom? Ela dava um jeito, fazia a voz dele se calar e de uma visada só, o reduzia a pó.

--Ai meu deus. Meus sais.

--Parece um bibelô.

--Anjos andam na Terra?

--É a nora que minha mãe pediu a Deus.

Sacudida, embevecida pelo que ela mesmo sabia e que nunca lhe subia à cabeça, ela a todos atendia, com o mesmo sorriso e isso sem dúvida era o que mais encantava a gente. Uma tal de cotovelos em barrigas, um zumzum que silenciava a sala e ela se sentava, à frente, enquanto todos os olhos se encompridavam.

--Ai que gracinha.

--Que bebêzinho!

--Mistério reunir tanta beleza em tamanho reduzido!

--A bailarina quer dançar comigo?

A esperança de todos se desvanecia, quando ela atendia um insistente celular que vibrava sem parar num bolso escondido perto de seu corpo tão iluminado. Ela sorria e quando o fazia, tinha gente que sorria junto ou, melhor, a olhava sem pudor algum, imaginando carinhos proibidos...

--Ela tem dono?

--Diz ela que sim.

--Quem será?

--Diz ela que não diz a ninguém. Só ele que sabe. Ela também.

Não é que tinha mesmo? Não é que, a tantas horas, ao final da aula desenxabida, lá ia ela toda espevitada, para a porta da sala, onde talvez a aguardasse seu amor oculto? Não, ela já sumia e empunhando o pequeno celular, falava no tom das apaixonadas tudo que se pode falar ao feliz consorte. E não é que tinha mesmo?

--Ela dança demais!

--Eu a vi. Dançava sozinha, com um grupo de amigos. Tudo nela se movimentava.

--Eu a vi em sonhos. Os melhores sonhos que já tive.

--Eu a tenho aqui comigo. Um dia ainda converso com ela, convido-a para um almoço.

Misteriosa, ela se refazia, se desfazia; sumia na noite, entrando num carro que só ela sabia; para reaparecer fulgurante noutra estação, cabelos lindos e molhados, rosto satisfeito. Beijo dado, controle do timing correto. Milênios de espera!

--Bonequinha.

--Flashdance.

--Biorritmo.

--Amor relâmpago.

 

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