De repente a melhor solução seja ficar sozinha.
Laura pensa seriamente em acabar com tudo. Seu casamento já está desgastado. Não adianta mais lutar. Chega.
A coragem há de vir. Ela está com medo. Insegura. Mas, no momento, pensa seriamente nisso. Não dá mais para ela. Como vai continuar fingindo amor? Amou de verdade seu marido. Teve por ele uma consideração sem tamanho. Jamais o traiu. Mesmo nos dias em ele a deixou sozinha para beber com os amigos sem ter hora para voltar. Sempre de casa para o trabalho, do trabalho para a faculdade, da faculdade para casa... E quando saía com as "amigas" não olhava para os lados. E que valor isso tem? Quem é que quer saber disso? Ninguém.
Sabe... Laura sente seu amor. Sabe que ele a ama e fica desesperado toda vez que ela tenta colocar um ponto final. Tanto que ele já perdoou as verdades ditas em sua cara. Verdades doídas. Verdadeiras no osso.
Laura enrola. Aceita as interferências da família dele, que a ama e por ela é amada. Mas não é com a família dele que Laura mora.
Fica com o coração partido quando vê seu sogro perder a voz diante da separação dos dois... chora... Ela realmente tem muito amor em si. Muito! Mas isso não quer dizer que Laura não seja também egoísta. Não separar-se é um sinal de egoísmo. Já deu. Por mais que tenha tentado... Como recobrar a paixão na hora de amar? Como amar sem paixão? E agora, Laura?
Ela pensa que, antes de qualquer coisa ser resolvida, precisa resolver seu casamento. Mas cadê a coragem? Ela não desgosta de seu marido. Entretanto, queria viver com ele um grande amor e não conseguiu. Laura tenta, mas não vê retorno. Ele é acomodado. Pensa como seu avó. Nada romàntico... E agora, Laura?
Pensa, Laura. Encorajar-se é preciso. Deixa de ser covarde. Até quando? Deixa que ele se desespere e faça drama. Deixa que ele solte frases como essa: Você vai me deixar. Eu estou sentindo. E eu vou ficar perdido sem você.
Endureça um pouco esse seu coração, mulher. Uma vida cheia de possibilidades te chama. Coragem! Cadê?
