Festa, euforia e muita tinta. Foi assim que iniciou a minha vida acadêmica. Bixo que eu era, fui impiedosamente massacrado pelos veteranos do curso de Jornalismo. Na ação kamicase ao menos pude fazer a minha primeira grande amizade dentro da academia. Carlos Ventura, este é o seu nome.
Lembro-me como se fosse hoje. Aula de Teoria da Comunicação com o professor Wagner Geribelo. Tudo era novo, ninguém conhecia ninguém. Sentei-me no fundo da sala e ao meu lado estava o Carlão . Tímidos de início, a conversa demorou para sair. O gelo só foi quebrado com a vinda dos veteranos na sala, que trouxeram até uma mangueira. No arrepio de sempre, os veteranos judiaram da minha turma. Cortaram minha juba típica de roqueiro e deram um verdadeiro banho, com um produto de odor estranho, em mim e no Carlão. A partir de então, nos tornamos amigos e diversos causos vivenciamos juntos dentro da universidade.
Só para ter uma idéia, fui até filho do Carlão, em uma peça teatral e até banda de pagode foi cogitada em formar, juntamente com os outros grandes amigos, Eliomarcos Lopes, Jonathas Alexandre e Josias Muscio. Mas a banda não passou de uma mera ilusão, tamanha a nossa ruindade já declarada e notada nos acordes musicais. O nosso talento já estava escrito, ou melhor, nosso talento é no mundo da escrita e da informação.
O tempo passou e nos formamos. Cada um foi para seu canto. Fiquei praticamente um ano sem ter notícias do grande Carlão, até que um dia estava eu no Distrito Policial de Sumaré, coletando dados da declarada carnificina generalizada que estava na cidade, quando surgiu pela porta mal acabada da delegacia um rosto bem conhecido. Era o Carlão. Por coincidência do destino ele está assim como eu realizando a difícil tarefa das reportagens policiais na região. Somos hoje concorrentes e isso acaba motivando mais na busca incessante pela verdade.
Por tudo isso que aconteceu nestes últimos anos, posso dizer sem sombras de dúvidas: Carlão não é apenas um amigo, ele é um irmão e, para um irmão tenho a dizer apenas uma palavra : Felicidades...
Mastró Figueira de Athayde é cronista e pestapista de jornal