Praia... Sol... Sorte...
Enquanto nosso país se desmanchava em lama em alguns lugares, nós fomos privilegiados com dias gostosos de sol e pouca chuva ao final de toda tarde.
Praia de Boiçucanga. Não é um lugar muito bonito, mas a pousada do amigo do meu sogro é a melhor. Pousada Morada das Ilhas. Nós vamos com frequência para lá. Dessa vez fomos de Motor Home, iríamos conhecer outros lugares, porém o mundo caía. Resolvemos por lá ficar.
Sou comunicativa, adoro conversar. E, dependendo da pessoa, viro amiga de infància. Nessa viagem eu conheci a Juliana e a Manu, a Ju é mãe de um lindo garotinho, de sete anos, chamado André. Ela me disse que resolveu dar um gelo no marido, que é músico do Jorge Ben Jor e ultimamente anda muito ausente. Passou a mão no filho e foi para lá esfriar a cabeça. O bom foi que o Carlo e o André tornaram-se amigos de berçário. Era um tal de correr do mar para a piscina, da piscina para o mar... o dia todo.
A Ju, por incrível que pareça, fala mais do que eu. Meu Deus! Como ela fala! Não sei muito da Manu por conta disso, mas isso não vem ao caso. A Ju me disse que queria muito ir a uma festa numa ilha próxima à praia em que estávamos. Perguntou se eu podia ficar com o André para ela. Eu disse que sem problemas, não seria justo deixá-la perder uma noite de diversão.
Depois que elas saíram, transferi travesseiros, toalhas de banho e trocas de roupa do Motor Home para o quarto em que estavam hospedadas.Dei um banho nos meninos e fomos a uma pizzaria. Carlo e André estavam famintos! Antes de terminarem o quarto pedaço de pizza, o João resolveu ir ao encontro dos primos que estavam conosco na pousada e iam a um restaurante ali perto. Concordei que fosse e disse que iria para lá depois. Mal sabia eu...
Um casal entrou nesse lugar em que eu estava, sozinha, com os meninos. A mulher de cara feia foi direto ao balcão. O homem, antes mesmo de sentar à mesa ao lado da minha, perguntou o que eu era daqueles garotos. De cara, pensei que fosse também uma pessoa comunicativa como eu, então eu disse ser mãe do Carlo e que o outro era filho de uma amiga. Esse homem desatou a me interrogar: você mora aqui ou está passeando? É casada? O que seu marido faz? E você? Cadê seu marido?... Que olho que seu filho tem!
Gente, foi me dando um medo! Menti para ele, disse que o João já estava voltando. Fiquei com o coração na mão. Ele saiu, foi à calçada e ficou olhando para uma lanchonete do outro lado da avenida. Aproveitei para pegar o celular e pedir para o João voltar, mas estavam sem bateria, os dois! Pedia para que Deus me ajudasse. Para que Ele nos protegesse. Imagina se alguma coisa acontece ao André! Foram minutos de agonia. Não deixei que as crianças percebessem meu nervosismo. Contida, eu me apeguei com Deus. De repente, como miragem, o João apareceu! Como? Por quê? O que o fez voltar?
-Ai, benzinho, deu saudade de você.
Pedi para que falasse sério. Por que voltou? Você que agora me lê, consegue imaginar? Não foi demais? O cara, que tanto puxou papo comigo, sequer olhou para o João, isso só me faz pensar que ele estava mal intencionado mesmo. Sei que o João, até hoje, não sabe me dizer o que o fez voltar à quele lugar. Mas algo me diz que tem um Deus cheio de amor que atende aos pedidos feitos com a alma. Quando peço alguma coisa para Ele... |
