O negro escuro, velado, do sofá antigo
Em que Sinhá brincava de amar
Tornou-se cal, branco, sincero,
Da seriedade do homem do futuro,
Para amar que não se esconde.
Hoje o amor é sensual,
amanhã normal,
ontem animal, sempre teórico.
O sentimento profundo que enleva o homem
é criado
artificiosamente.
É uma mentira sincera,
deliciosa,
com que se envolve o instinto
— pungente —
mas humano!
22.10.57.
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