O Corpo boiando
Na superfície,
Nas ondas.
O mar puxa,
Tentando levá-lo
Para o infinito.
Bate os braços,
Lutanto pela volta,
Como os pássaros
Batem as asas
Para fugirem do inverno.
Sente por um momento:
Já está em terra.
Foi o primeiro vôo:
No irreal.
Volta a si
Abatido,
Não por um tiro
Ou pelo rebentar de uma onda,
Pelo impulso da vida real
Pára,
Olha para trás,
Sente que o largo caminho,
Fugindo do infinito,
Está quase todo percorrido.
À frente
O verde, o mar, as árvores.
Não pode mais voar.
Tem que seguir
Na superfície das ondas,
Na vida.
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