Amor, A Arte De Sofrer – 02.Outubro.2005 – 03:09
Estou cansada de viver só.
Pior, estou ficando louca, doida, pirada, tantã. Não entendo aquele homem. E mesmo assim o amo.
Obstinado, quer a perfeição, embora consciência tenha de que nunca a alcançará. Mas tenta. Tenta tanto que não suporta errar, embora o erro como algo humano aceite. Nunca se conforma com ele, no entanto. Como ele mesmo diz, faz parte de seu show.
Interessados em mim não são poucos. Sim, quantidade, mas qualidade é outra estória e ciente disso estou. Será que realmente vejo qualidades nele? Rabugento, trabalha demais e dorme de menos. Seria um defeito capital? E aquela idade avançada? E as cãs?
Outra obstinação sua é ter um filho. Como ele diz, a semente da vida deve brotar. Então por que ele não age? Por que não se declara? Por que não deixa de perder tempo? Imagino que seja por causa de suas frustrações passadas e de um medo presente. Bem, essas perguntas eu deveria também fazer olhando para o espelho, mas fica para depois.
Enquanto isso, definho sob a sombra da solidão, derramando a última gota de lágrima restante. Não de amor, de saudade. E por saber, lá no fundo, que é um esforço infrutífero. Esforço que deve terminar aqui.
Lígia -
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