Ora direis... poesia de desocupado,
E eu vos direi... como toda poesia,
Porque para entendê-las... é preciso ser poeta,
ou seja,
ser desocupado,
porque o tédio é o supremo bem,
porque permite ao homem —
máquina que pensa —
pensar em que é uma máquina,
ao burguês,
saber que é burguês,
à existência, saber que é apenas existência.
Portanto, Homens que pensais,
coloco-vos uma pedra
no meio do caminho,
para que salteis por ela.
22.10.57.
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