Tempo, tempo, tempo...
maria da graça almeida
A ociosidade vicia.
Sua prática é danosa.
O tempo é precioso,
mas, precisa ser administrado,
pois, quanto mais o possuímos
menos dele dispomos.
Quanto mais ocupados estamos,
mais dele nos sobra .
Meu tempo morre de fome.
Preciso alimentá-lo, porém,
famigerado, o ânimo impede-me.
Tenho tanto tempo
que me falta vontade de usá-lo.
Perguntam-me: de que maneira
alimenta-se o tempo?
Ouso: gastando-o
em atividades diversas.
Dele, usufruindo cada minuto.
Dinamizando todos os segundos.
Se assim não for, ele se dará a minguar,
encolhendo as horas, estreitando o dia.
Meu tempo escorre-me pelos olhos
que sobre a vida jazem em contemplação.
Ontem, emprestei parte da tarde à terapia.
Hoje saí, fui ver a rua.
A estranheza rapidamente me trouxe de volta.
Cá estou outra vez,
matando o tempo... de inanição.
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