O Próximo Dilúvio
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Dentre os elementos fundamentais para a preservação e a continuidade da vida em nosso planeta a água ocupa lugar de destaque. E tantos são os benefícios e a importância da água que chegou-se a desconfiar de que Deus era brasileiro pela fartura daquele elemento vital com que privilegiou nosso país.

Mas o homem, esse estúpido, envolto na obsessão pela acumulação de capitais, tem contribuído para poluir nosso planeta, principalmente nossos rios e mares, na procura do petróleo; petróleo que não mata a sede; petróleo que polui e que tem sido motivo de tantas guerras insanas, no mundo inteiro.

Não é por outra razão que o mundo está em crise. As grandes potências passam ao largo dos fundamentos elementares de justiça e de respeito aos direitos humanos. Invadem países, atiram bombas, matam crianças, mulheres e idosos, indiferentes aos apelos e recomendações de organismos internacionais, como é o caso da Organização das Nações Unidas.

Enquanto tanques e soldados israelenses invadem os territórios palestinos, num verdadeiro genocídio humilhante, os Estados Unidos permanecem omissos. E tudo à revelia do próprio legado histórico, pois não se dão conta de que as terras onde se lutam são os mesmos caminhos por onde andou Jesus Cristo; pregando o amor e a paz entre os homens.

O combate ao terrorismo é, na verdade, o álibi que pretende disfarçar o verdadeiro interesse das grandes potências: que inclui a destruição das nações ricas em petróleo; para dele apoderar-se. Não há como pensar diferente. Posto que não se vê o mesmo empenho no combate ao terrorismo que é praticado, por exemplo, na Colômbia, no Peru, na Itália, na Irlanda, em quase todo o continente africano e, inclusive, em território americano: por grupos de extrema direita.

Estamos assistindo a repetição das lutas travadas pelos grandes impérios: Persas e Romanos, entre outros; que lutavam de forma brutal e sangrenta pela posse de terras; em busca do ouro e de outras riquezas alheias.

Por essas razões, penso que estamos próximos de mais um dilúvio. Deus deve estar novamente arrependido de ter criado o homem; e tudo indica que, à esta hora, já esteja recomendando que se faça uma nova arca, semelhante a d eNoé.

E tudo que houver sobre a terra será consumido. Só que, desta vez, no lugar da água, o dilúvio será de petróleo. E poucos terão direito ao ingresso na arca.

Pelos boatos que estão correndo, Bush, Ariel Sharon, banqueiros, políticos e empresários, além de economistas e financistas famosos, já foram avisados de que não terão a mínima chance de seguir viagem.

Ficarão de fora. Com todo o petróleo que jorrará, em abundância, durante quarenta dias e quarenta noites. E morrerão ricos. Afogado num mar negro. Surgido da escuridão de suas ambições absurdas.