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Cronicas-->1961 - Caminhoneiros -- 17/11/2010 - 23:56 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tenho lembranças de caminhoneiros desde sempre, de ouvir meu pai falar, os que carregavam toras e carvão, os do transporte, até me vejo brincando no meio do chassi do cara-chato cinquenta e nove. Muito cedo entrei nessa nuvem, nunca sairei. Tinha o Marciano e o Ercílio, o Jipão e o Caju. Os compadres, na Fernão Dias, indo à Belo Horizonte, ao lado o Compadre Zezinho, que nos deixou cedo. Se não me engano, o compadre estava de Arfão. Noutra, indo prá Porto Alegre, parado no acostamento, depois de Lages, passou um tremendo de um Aclo Ingreis, quatro eixos, fiquei fascinado e levei um susto, encostou o Compadre Nérso Preto, de Pilar - cadê seu pai... tá ali no mato. Ó Jairooo. Espere aí compadre. Conversa vai e vem, como vai o seu irmão, o Vardomiro. Bãão.

O Compadre Dedéi e o Compadre Alígio, irmão da Comadre Maria, até meu padrinho. O Compadre Iraí Pinheiro, este um destemido, viajava esse Brasil inteirinho, com vários Arfas e Fenêmes, tem diferenças. Lembro de uma foto dele com um caminhão da Transportadora Forest. O Compadre Santino Vicente, este então, andou pelo país todinho, contador de histórias e anedotas maravilhosas, além de ser o Rei da Estrada, da Gazeta Esportiva, quando ele virou o Mazaropi. O que eu gostava mesmo, quando eles vinham em casa, o Compadre e a Comadre Zezé, café e bolo e quanto bate papo, meu, eu devia ter anotado tudo. Ainda bem que o San está por aí e me ajuda a lembrar. O Compadre Santino gostava muito da Ristar, que fazia o Rio Grande. O Compadre João Chiva, trabalhava no Cérso de Sousa, carvão prá Siderúrgica Aliperti, uma vez me levou de carona prá São Paulo e ainda fez a gentileza de descer do caminhão e me levar umas duas quadras na casa da minha vó, numa madrugada fria. Depois, trabalhou bastante tempo na Moreira, óleo cru, de São Paulo prá Cimento Maringá em Itapeva e saco de cimento na volta, em cima do tanque.

O Wardomiro Silva, pai do Merão, viajou muito tempo com um Arfa, cabine da Brasinca, placa de Caxias, do Maranhão, nunca soube porque. Era um sujeito muito fino, de uma conversa elegante, eu parava só prá escutar. Também, depois, trabalhou na Moreira. E o João do Querubim, viajamos juntos prá Porto Alegre. O João, um artista, na estampa e nas artes mágicas das estradas. Ele deveria ter ido para Hollywood se tornar um mito, prá mim, ele sempre foi. Tinha mais artista, o Dito Marques, na estrada e na sanfona, dirigia bem e tocava muito mais. Ele trabalhava com o Gabriel e o Pedro Iwasaki. Eram os batateiros e na volta, adubo. Lembro do Serginho Domingues, entre outros, parados ali naquela esquina do antigo posto de saúde. Da batata, tem o Toninho Ribeiro. Tem mais Marques, os irmãos Lúcio e Miguel, gente boa. Da turma da Cooperativa, o Jurandir Domiciano e o Zé Ratto, mais o Zézinho Cearense. Do Jurandir, temos o Aroldo, o índio Preto, até hoje na luta, inclusive no Japão, o Roberto Moisés, na frente ali dele, o Striugli. Tem o Toninho Coelho, todo mundo sabe que é o Vampiro, caprichoso nos caminhão. Tenho uma foto dele, com o meu pai, ali no Kosuke, que vendia adubo de monte. A Terezinha é que não gostava, quando as carretonas subiam na calçada e acabavam com ela.

Na outra esquina, o Seu Zé Ramos, o Geraldo, Angelo - o Ni e o Toninho. Descendo mais, passo ali na Dante Carraro e vejo o Seu Alígio, motorista e romeiro a pé. E o Ventana, de caminhão e ónibus, até já contei dele, quando voltei de São Paulo e ele me olhou no ónibus, eu tinha uns dez anos. O Ventana foi padrinho de casamento do meu pai. O chevrolezão amarelo, com pneus mil por vinte, do Vicente Lobo, estacionado no Posto do Fogaça. Seu Vicente sempre falava com meu pai e nos deixou o Messias, só caminhão lindo, identificados com um coelhinho, tipo da Playboy. Tem a turma da abóbora, ficavam ali pelo Toninho Suekune, o Jorge Nicolau e seus filhos. O Jorge, nem precisa falar, inconfundível.

Tem os França, passando pelo Zé França, o João Santiago, o Zé António e o Luizão, o Tiaguinho e o Gil, família de caminhão e de prefeitos. O Zé António deve lembrar-se até hoje do roncão do Chevrolet Detroit que ele teve uma época. Tem o Milton França, que eu lembro de ser o Mirrto França, também o Nelsinho, o Nersinho França, companheiro de viagens graneleiras de meu pai, hoje mora em Itapetininga. Eu já estava em São Paulo, mas ouvia falar dos Vadico, Zé Vicente e Zé Égua, me desculpe, eu ouvia assim o tempo inteiro, todos muito considerados. Preciso citar o Ademir Rosa, o Cassianinho Ruivo e o Cacique, que foi até vereador, o Jorge, trabalhava com caminhão de carvão. Tem mais um Tonicão, o João Carudo, o Nirdão, o Darcy Ortiz, o Nequinho Azanha, o Elias Zacarias e o seu pai, o Zacarias.

O Dudu do Naile, hoje advogado ali na praça, foi quem ensinou meu pai a dirigir e foi ótimo professor. Meu pai, vocêis sabem - não - o Jairo. Dele, eu já falei, mas, nunca esqueço. Eu quase fui caminhoneiro, de fato - sou na alma e no coração. Tem o Gilson, nos deixou cedo demais e, agora, o Diógenes. Aqueles que eu não mencionei, me perdoem. E a todos os caminhoneiros de São Miguel Arcanjo, onde estiverem, um beijo e um abraço! Carcule o quanto são formidáveis, vou te contar.
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