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Artigos-->Sobre os que falam de ateus. -- 25/06/2003 - 16:18 (Ayra on) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sobre os que falam de ateus.



Fala de ateus por aí. Diz-se muito, porém pouco se sabe. Assim como pouco sabem e pouco podem explicar a fé em “algo” que “cria” e “tira” por razões que somente “ele” compreende, os que acreditam em teologias criacionistas tentam explicar também o que é ser ateu, como se não bastassem as parcas e nada embasadas explicações para o divino.



A palavra Ateu vem do grego Atheos, sendo “A” uma partícula de negação e Theos que significa Deus, deuses, divino. Negar a existência de Deus é, por muitas vezes, compreendido pelos religiosos, crentes e alguns poucos teólogos como “do lado do demônio”. Cabe sempre lembrar que o Atheo também deve ser Adaimonion também. Assim sendo, não acreditar na existência de Deus não marca pessoas com o estigma do mal, pois uma formação religiosa não é sinônimo de bondade.



Ainda tratando da etimologia do assunto, segundo Aurélio Buarque, um indivíduo ateu é aquele “que não crê em Deus ou nos deuses; ímpio”. Porém, a mentalidade cristã poluiu também a etimologia do termo, acrescendo o sinônimo de ímpio, para aqueles que não crêem em forças divina. Ímpio, para este autor quer dizer “aquele que não tem fé (...) herege”, ou seja, aquele que não se enquadra aos traçados da igreja. Ou seja, o ateu é um indivíduo que luta por seu espaço em um mundo cristão, mesmo o mundo tendo apenas 27% dele cristão.



O autor Cloves Luz, em seu texto sobre “ateismo” diz coisa interessantes sobre a visão cristã dessa minoria. O primeiro ponto analisado é a ambigüidade ao definir o ateu como sendo “O ateísmo é a condição na qual um homem se afirma descrente na existência de Deus, deuses, ou mesmo de quaisquer ‘poderes superiores’” e logo depois dizer que “(...) a ciência, como guarda da razão e por ela igualmente guardada, é, para um ateu, o único fórum aceitável, por adequado, para as discussões sobre o tema” (sic). Se analisarmos com cuidado iremos notar que o ateu tem um Deus, a ciência. Aí pronto, em quem vamos atirar a pedra. A fé na ciência, no homem, na capacidade intelectual em detrimento ao divino, ao santo, ao “deus proverá” foi por muito tempo (e será ainda por mais) uma afronta aos dogmáticos religiosos e seus argumentos pouco críveis.



O mesmo preconceito imposto por Aurélio e a sociedade cristã brasileira é encontrado também no texto de Clovis Luz, na passagem em que diz que “A partir dessa concepção, (de que a ciência é o fórum adequado para discussões sobre o tema da origem do mundo) não há espaço para a mentalidade que se prenda a conceitos teológicos, ou deles derive qualquer comportamento que condicione, molde ou determine as relações que um indivíduo deve sustentar consigo e com os semelhantes. Por isso, para os ateus, não existe qualquer compromisso com o amor ao próximo à vista de uma exigência divina, a cuja desobediência Deus castigará com severidade. Se não existe um Deus Todo-Poderoso, que a tudo criou e mantém, exigindo em função disso obediência, louvor e serviço, não há motivos para que alguém se preocupe em obedecer preceitos religiosos de amor e misericórdia” (sic). Acredita ou não em Deus não pode ser, e não é, um indicador de que esse homem não siga preceitos de amor, ética, cordialidade e misericórdia. Esses “valores” não são religiosos, e sim absorvidos pela religião. Sim! A religião se apropriou de valores norteadores da sociedade. A religião tem seu papel de reguladora social e divulgadora de valores, porém está apenas na 4 instância das instituições sociais. A primeira é a família, depois a escola, logo após o convívio social e logo após a religião. Valores não são “exigências divinas” e pouco tem relação com a teologia – estudo do divino e disciplina da filosofia. Valores são da competência da Ética - disciplina da filosofia.



Ao que parece, o discurso de abertura do fórum de discussão sobre o tema “criação” é apenas fictício do lado criacionista, afinal, não se quer discutir algo que já é uma “verdade divina absoluta e imutável”. Considero o ateu um indivíduo livre e pensante, incapaz de engolir um “não sei! Só sei que foi assim”. A eva come a maçã e ninguém pergunta por quê, simplesmente repassamos preconceitos do tempo em que Abraão tinha um “a” a menos. Culpamos mulheres por um pecado cometido por uma alegoria impossível, culpamos a nós mesmos na pia batismal sobre um pecado “venial” (e que DEUS me perdoe, por CRISTO! Venial?!?! E somos nós que somos contra o amor) etc... se eu fosse mulher eu seria atéia, somente pela forma que a mulher é retratada na bíblia: ou a santa submissa ou a Salomé criminosa. Não existiram mulheres como Sapho na Galileia?!?



Pra ser bom eu tenho realmente que acreditar num pano com o desenho de um homem que, se fosse realmente cristo, deveria ter traços do Oriente médio e não da Europa? E o que dizer de minha condição de negro, quando os outros como eu eram simplesmente escravizados por não ter alma (sinto-me no direito de ser ateu, já que não tenho uma alma pra ser salva)? E quantas mortes em nome do “amor”, aos berros dizendo “Matem em nome do Senhor”? Isso tudo foi ontem? George W. Bush citou Deus 11 vezes em seu discurso aos soldados que partiam para o MASSACRE no Iraque. A escravidão só foi a 4 gerações antes da minha. Não me chame de mal só por que não acho que Deus é... se quiser discutir isso, ok, mas sejamos coerentes ou então leia o seus 15 tomos de Tomás de Aquino, eu lerei o meu Nietzsche aqui e não nos aborreceremos, mas não escreva mais sobre ateus sendo você um cristão-crente e temente a Deus e ainda por cima um criacionista.

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