Escrevi, não muito tempo atrás, uma crônica sobre os eleitos para a Academia Brasileira de Letras, que nem sempre foram transformados em imortais por seus méritos literários. Fiquei feliz ao saber do resultado da última escolha, feita no final de abril deste ano de 2003. Foi eleita a escritora Ana Maria Machado, autora de vasta obra predominantemente infantil, primeira autora do gênero a entrar para a ABL, e a levar com ela a palavra da criança brasileira para dentro daquela instituição. Depois de alguns resultados tendenciosos, é bom ver a Academia resgatando o seu propósito principal, que é reconhecer gente que realmente atua na área literária e tem grande valor.
Já era hora de a Academia Brasileira de Letras enxergar o valor do gênero infanto-juvenil, destinando uma de suas cadeiras a um bom autor deste gênero, que é, comprovadamente, aquele que mais vende livros, atualmente, no Brasil.
Não que a literatura infanto-juvenil precise deste reconhecimento, ela vai muito bem obrigado, com bons autores e um alcance quase ideal, vendendo livros cada vez mais, em feiras, livrarias, bancas e supermercados. Mas a Academia Brasileira de Letras está aí para destacar os nossos grandes escritores, e esse não é mais considerado um gênero menor, como em idos tempos, pelo contrário, reveste-se da maior importância, porque é o primeiro contato da criança com as letras, com a leitura, com o conhecimento, com o exercício da imaginação e da criatividade.
Dar uma cadeira, merecida, para Ana Maria Machado, na Academia, autora de mais de cem livros, homenageando a literatura infanto-juvenil e a criança, leitor em potencial, não é mais do que obrigação daquela casa. Até porque a própria ABL já tinha concedido a Ana Maria o maior prêmio literário nacional, o Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra.
Ana Maria ganhou, também, em 2000, o prêmio Christian Andersen, considerado o prêmio Nobel da literatura infantil mundial.
Sabemos que existem outros autores que mereceriam a deferência, como Zirado, Ruth Rocha, Sylvia Orthof, Pedro Bandeira, Maria de Lourdes Ramos Krieger, por quê não? Mas o fato de finalmente um autor de literatura infanto-juvenil ter sua cadeira na ABL, representando os demais, já é alguma coisa.
Parabéns a Ana Maria Machado, á literatura infanto-juvenil e a ABL.
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