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Infantil-->Todo buraco tem conserto. -- 30/06/2004 - 12:20 (sandra ethel kropp) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mais uma noite em que Florência está encapotada. Muito frio. O carregamento é pesado e o casaco a protege do frio e ameniza o peso em suas costas.
Aquela vestimenta de inverno fora confeccionada em fio de seda, especialmente pra ela.
Um presente de seus colegas, que agradeciam a ela a todo momento a disposição e boa vontade em carregar o alimento que proveria toda temporada de inverno rigoroso.
Flo, como era chamada, era uma donzela corpulenta, de ombros e tórax largos. Uma raridade em meio as formigas. Mas atrás de tudo isso, havia uma flor. Carinhosa, sempre disposta a conversar e ajudar, por mais cansada que estivesse.
Flo tinha um aposento especial, com ducha de água quente, que permitia a ela repousar suas pernas após as longas jornadas que fazia em meio a floresta.
Vez em quando, alguma formiga soltava uma piada invejosa. A construção daqueles aposentos fora determinado em Assembléia, que achava justo um tratamento especial para alguem que tanto colaborava com elas.
O alimento para aqueles dias menos frios eram capturados pelas outras formigas. Esta quantia daria somente até a entrada do rigoroso inverno, que começaria dali a alguns dias.
O estoque já estava num nível aceitável, mas ainda era necessário mais um pouco de reservas. Às vezes o inverno se esticava, e elas não queriam correr risco de passar fome.
Nos últimos dias algumas amigas de Flo vinham ajudando-na, apenas descarregando o alimento dentro de sua casa.
Guardar as folhas no estoque, bem como separar o que não servia era função de muitas outras, algumas mais doentes, que não podiam com o frio. Tudo funcionava bem. Apesar de que neste ultimo ano percebera que estava tendo mais dificuldade pra coletar. Parecia que a população aumentara muito, o que não era verdade.
Certa manha, Flô foi vestir-se. Ventava muito e sentia o frio dentro de casa. Esse era o sinal que o inverno gelado começara. Mas percebera que sentia muito frio. Olhou o casaco, e viu que estava rasgado.
Havia um rasgo na altura do tórax bastante grande, que expunha seu corpo ao vento. Ficara desesperada, porque ainda não haviam acabado de juntar os alimentos. Dentro da floresta agora fazia muito frio, e não agüentaria o vento e as baixas temperaturas sem ele.
Acordou a costureira do grupo, e mostrou o casaco. Ela também se assustou. Examinando a roupa, fez uma cara de “não estou gostando disso” e disse:
- Rasgaram este casaco no meio da noite. Esse rasgo não estava aqui ontem. Reviso os pontos todos os dias. Temos algum impostor aqui dentro. De me dois dias que o conserto, disse ela
- Mas é muito. O frio rigoroso já começou, e tenho medo que não consiga mais sair. Esses dois dias são o que precisamos para completar nosso estoque. Quando ela disse isso, começou a pensar se alguma das formigas não estaria boicotando a captura de alimentos. Poderia ser alguma daquelas que cuidava do estoque. Estas controlavam as quantias e passavam para Flo o quanto ela precisava trazer nos duas seguintes.
A costureira então teve uma boa idéia: chamar as amigas aranhas que viviam ao lado, e remendar o casaco com suas teias.
- Grande idéia, grande idéia, grande idéia. Algumas aranhas vinham se proteger do frio, e ela também entendera que não se oporiam. E podiam fazer rapidamente se fossem muitas.
As aranhas logo estavam ali, prontas para o trabalho. Em menos de três horas, seu casaco havia ganhado uma nova camada de fios. Não estava bonito, mas cumpria com seu propósito: esquentava novamente.
Novamente a formiga Flo o vestiu, e assim saiu rumo à floresta. Aquele ultimo dia foi suficiente para coletar os alimentos. Mas resolveu deixar uma parte do lado de fora da casa, para busca-lo na manha seguinte. Assim poderia descobrir quem estava a boicotando.
Na manha seguinte, recebeu a instrução que quanto faltava coletar de alimentos. Ao vestir o casaco, percebeu um novo furo: desta vez na parte inferior. Feito como o outro. Rudemente.
Contou à costureira sua idéia, e chamaram as aranhas.Elas refizeram a parte do casaco que estava rasgada, só que pediram ao pessoal do controle de estoque um pouco de comida como forma de recompensa pelo serviço.
- Como podemos oferecer a elas se nossa “ grande formiga” mal consegue juntar comida pra nós? Disse Marilu, uma formiga alta e magra, em tom invejoso. Vai faltar comida e vamos morrer, continuou ela.
Flô, irritada com a provocação, conteve seus ânimos e respondeu:
- Mas nos já temos alimento suficiente, não é mesmo? Indagou Flo.
-Você sabe que ainda nos falta... eu lhe mostrei ontem a noite.
-Convido você a conferir novamente, disse Flo.Acho que deve ter havido algum engano na contagem. Pode dar a elas um pouco de comida. São nossas parceiras.
Flô havia completado o estoque no meio da noite.
- Temos que nos reunir, falou Marilu.
- Reunir pra que? Você se recusa a ajudar quem está nos ajudando tão espontaneamente?
- De novo seu grande espírito de ajuda em ação, não é mesmo? E nós, vamos morrer de fome?
- Dê a elas, Marilu. É uma ordem, intercedeu a rainha. Ela não gostava de se intrometer, mas não havia outra maneira.

Ela deu, contra sua vontade. Como se a comida fosse unicamente sua. Depois, foi conferir o estoque. E reconheceu que havia comida suficiente. No dias que se seguiram, mais nenhum furo apareceu em seu belo casaco novamente.
O inverno foi rigoroso. A comida foi suficiente pra todas. Inclusive as aranhas, que passaram parte do inverno protegendo-se do frio.
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