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Cronicas-->Viagem em família -- 12/09/2010 - 10:19 (Juliana Mendes Velludo Guidi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fiz uma viagem com a minha família nesse último feriado e confesso que me surpreendi.
Fomos para a Serra da Canastra, conhece? Eu não conhecia. Quando lá chegamos e eu bati os olhos onde nos hospedaríamos, tive vontade de sair caminhando naquela estrada de terra seca atrás do primeiro ónibus que me trouxesse de volta para casa.
O hotel na verdade é uma fazenda, "Fazendinha da Canastra", eu, que detesto mato, vi-me em meio a matos! Os chalés, embora rústicos, são charmosos, mas têm forro, um forro que não se ajusta muito bem à parede e deixa um espaço para aqueles bichinhos, que gostam desses lugares, poderem transitar durante a noite. Queria sumir. Mas meu marido estava sentindo-se em casa e muito ansioso para sentar no quadriciclo e partir para a primeira trilha.
Ficamos desconsolados, meu filho e eu. Porém, apareceu uma família, que para ali foi com a mesma finalidade, acompanhar um trilheiro. Pessoas encantadoras! Um casal com um casal de filhos,a Duda e o Déo, desse, o Carlo, meu menino, aproximou-se e de mim se distanciou. Foram ver os bichos que soltos pela fazendinha nos faziam companhia.
Quando vi meu filho brincando feliz, senti-me estranhamente bem naquele lugar.Comecei a me acostumar com a ideia de ficar e achar interessante a falta que não estavam me fazendo os telefones, a televisão e o computador. Estávamos nos desligando da vida corrida, carregada de horários e nos conectando àquela calmaria, àquele verde todo que eu não vejo em Ribeirão Preto, a não ser nas poucas árvores da avenida Nove de Julho(pela qual passo todos os dias) e no símbolo do Ribeirão Shopping.
Estar ali me trouxe paz, uma paz que há tempo não sentia. Respirei melhor.
Ficou uma pontihna de preocupação com as lagartixas que, com certeza, sairiam dos seus esconderijos para me aterrorizar durante a noite. Mas o que aconteceu à noite também foi uma surpresa para mim, acordei de madrugada e, com o auxílio da luz que deixei acesa no banheiro, fiquei olhando para o teto para as enxergar, não estavam ali, voltei a dormir.
Passada a primeira noite, fiquei ainda mais entusiasmada com a vida no mato, fiz coisas que, contando, ninguém acredita.
Acompanhei o grupo das famílias dos trilheiros a passeios pela Serra, fiz trilhas agarrada ao meu filho para protegê-lo, o que me conferiu um certo poder. Gostei!
Passeamos num ónibus, sem ar-condicionado, engolindo uma poeira lascada e vendo belas paisagens. Gostei!
Entrei numa água gelada demais e deitei, acompanhada por borrachudos, em uma pedra para me bronzear, preocupei-me mais com o repelente do que com o protetor solar! Gostei!
Não posso deixar de contar que, na última noite, apareceu uma lagartixa criança no meu quarto. Eu gritei o João, meu marido, para que a tirasse, mas ele logo respondeu que não(ele não tem paciência) e eu, em vez de insistir, enchi-me de coragem e a espantei sozinha! Bati forte minhas mãos para assustar quem me assustava, e não é que deu certo? Ela correu para dentro do forro e não voltou mais, eu acho.
Foi boa essa viagem, muito boa. Trouxe-me paz e pessoas maravilhosas das quais pretendo não me distanciar, Rosa é uma rosa, sua filha Duda é uma boneca, quando dela me despedi, meus olhos embaçaram-se. E, como eu sinto muito tudo, isso mexeu comigo demais. Pessoas especiais mexem comigo, e eu as quero para mim. As quero por perto, mesmo quando estamos distantes.
Voltei mais rica de um lugar tão simples!
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