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cronicas-->Comunhão Perfeita -- 11/09/2010 - 22:16 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nunca imaginara que poderia receber tal dádiva. Ela o olhou e o chamou para si, num lento movimento de quadris, o corpo sinuoso a segredar as volúpias que seriam as dele, as dela. Não poderia sequer imaginar que tudo aquilo se passara em tão pouco tempo, do achar-se mútuo ao pleno conhecimento de seus movimentos síncronos, dos corpos em ávida tensão, das bocas em terno contato. Que era aquilo, o que poderia ser tal movimento, ele ainda se perguntava. Ela, no entanto se esmerava em agradá-lo em sensual massagem, as pontas dos dedos entrando em saliências e reentràncias de seu corpo como se fora pequenos dardos de suave consistência, em fagulhas de energia e prazer incomuns.

Poderiam seus olhos se perguntar, mas apenas se miravam em brilhos e essência. Poderiam suas mãos somente se tocar, no entanto trocavam nelas suas almas em pontos de contato variados e infinitos. Poderiam seus sorrisos se esgarçar na noite e eram duas bocas que se completavam. No fim, bem que se notava, os dois haviam sido moldados em suas vestes para que se ajustassem num perfeito momento.

Ele não tinha a noção plena do que era aquela mulher, pelo menos não ainda. Sua nobreza, o mistério das covinhas de seu sorriso, os cabelos fartos, o perfume que chegava às narinas indefinível, tudo o fazia lembrar de que ela queria, mais do que nunca, ser somente dele e exigia em troca que ele dela fosse. Pode haver algo mais simples? Pode existir algo mais palpável que a poesia de um encontro, num lugar determinado, na beirada da tarde que cai nas esquinas, pode haver um minuto mais prolongado que é aquele que antecede o verdadeiro Encontro?

A dadivosa mulher, o perfume que preenchia o quarto, a luz radiosa dos olhos no escuro, a perfeição de sua barriga, as costas em sinuosos movimentos, os braços cruzados no contacto corporal, o lento despertar do desejo e da volúpia. Como poderia ser tão rápido? Como poderia ser tão pleno? Ele não tinha noção ainda da totalidade da situação, as coisas chegavam ainda em fragmentos ao passo que ela, ah ela via o todo, ela sabia de tudo o que lhe agradava, ao som de músicas que eram as suas...

Nunca imaginara que poderia receber tal dádiva. Ela estava ali, bem ao seu alcance, bem à sua frente e ele jamais pudera ver tamanha excitação, jamais pudera sequer imaginar tamanha tentação. Louras madeixas, pela alvíssima, longas pernas, belos olhos, minúsculas orelhas, esguio pescoço. Um esgar substitui o sorriso ao contato de sua boca com seu pescoço e um gemido denuncia a proximidade de um prazer sem precedentes.

Estendeu então os lençóis, aspergiu neles o perfume que era o dos dois, entendeu que já não se pertencia mais, encontrou os lábios dela entreabertos em busca insaciável... Só aí compreendeu, não era só ele, nem era só ela, eram um só, numa perfeita comunhão de carnes e essências.
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