Ai meu agreste querido
És árido, ardente, feito meu coração
Não sei se é o fogo do tempo
O fogo que nunca apagou
Ou se é a rolinha prateada
Que ainda com certa raridade
Canta :
Fogo-pagou, fogo-pagou
Canto pausado
Canto calado
Fogo-pagou, fogo-pegou
Hoje, quase não mais existem
O relvado, o fogo pegou
O artificial gramado
O homem intoxicou
A fogo-pagou, comeu a semente
E apagou o fogo
Os animais comem a relva artificial
Crescem precoces
O homem come os animais
E o tempo dirá !
Fogo-pagou, fogo-pagou ...
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