Vôo 739 - Rio-Campos-Vitória
Saída do Aeroporto Santos Dumont às 16 horas de uma terça qualquer!
Aeronave – Bandeirante
Capacidade: 13 passageiros
A voz bonita da moça do microfone chama:
- Srs passageiros com destino a Vitória com escala em Campos – vôo 739 queiram se dirigir ao portão de embarque
Lá se foram 13 corajosos, passageiros e passageiras, que cordialmente foram recebidos pela aeromoça (velha, feia e pesada de maquiagem).
- Bem vindos ao vôo 739, queiram tomar os seus assentos e boa viagem!
Entre eles, um americano de quase dois metros de altura, uma mulher negra e gorda (+- 100 quilos), uma mocinha magra e com voz estridente, um homem magro e embriagado (disfarçado de sóbrio), dois cabos do exército brasileiro, um padre de batina preta e outros.
Todos tomaram seus lugares. O americano grandalhão não pode ficar com a janela, pois não dava para a sua altura e deu lugar a mocinha pequena e magra. O bêbado logo tomou a janela e deixou que a gorda (negona) ficasse no corredor, o padre senta na poltrona individual (em cima do sanitário de emergência) e assim foram todos se colocando nos devidos lugares.
Tudo pronto para inicio do vôo. O comandante Elias comunica:
- Nossa viagem está prevista para uma hora de duração até a cidade de Campos e após a decolagem naquela cidade mais uma hora até o Aeroporto de Goiabeiras em Vitória.
A tarde estava bonita, céu de brigadeiro. O avião sobe com suavidade e os passageiros calmos e tranqüilos. A aeromoça serve um refresco de guaraná e um “sanduba de pão com pão”.
O bêbado inicia o espetáculo:
- Aeromoça, você não vai servir nada? Não tem um quente pra despistar o medo?
- Não servimos bebida alcoólica em viagens curtas e domésticas (responde a aeromoça)
Vinte minutos mais tarde a aeronave fica com um “cheiro de peido” que ninguém agüenta!
O americano olha pra moça, que olha para os militares, que olham para a negona que fala:
- Não fui eu! Foi esse cara aqui do lado (o bêbado).
O bêbado finge que não é com ele. Cinco minutos mais tarde outro peido!
Bandeirantes, avião de pequeno porte, ar condicionado, vaso sanitário embaixo do assento individual... E o cheiro... Insuportável.
- É provável que o cheiro venha do sanitário, desculpa-se a aeromoça.
O padre logo diz que ninguém usou o sanitário, o americano reclama em inglês, os militares levantam-se e a Negona “dá uma porrada” no bêbado.
O conflito é formado.
O bêbado levanta e começa: - Gozado, aqui ninguém peida né?
Os militares se irritam, o padre reclama a moça fala como uma maritaca, a aeromoça pede calma... E o vôo segue...
O bêbado volta a falar:
- O Sr. Padre, é padre, mas também peida, a aeromoça peida,”os milicos”também peidam, até o piloto peida! Agora peidar fedendo assim, acho que é peido de “gringo”!
E mais confusão!
A negona pega a bagagem de mão e dá mais porradas no bêbado...
Ouve-se a voz do comandante:
- Srs. Passageiros, queiram apertar os cintos de segurança pois já estamos nos preparando para pousar e taxiciar no aeroporto de Campos.
Todos sentam novamente ainda resmungando:
O avião pousa suave. Porta aberta, todos querem sair o mais rápido possível.
A aeromoça chama a Policia Militar e os militares ajudam a segurar o bêbado.
O bêbado já devidamente preso põe a mão na cintura e diz:
- Essa vida é mesmo ingrata! O piloto peida, a aeromoça peida, o padre peida, a negona e o gringo peidam, todos peidam e “eu é que vou ter que ir de ônibus até Vitória”?