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Cronicas-->BRASíLIA ANO 41 -- 14/04/2001 - 19:23 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
BRASíLIA ANO 41
Leon Frejda Szklarowsky.:
Escritor, jornalista, advogado, autor de HEBREUS, história de um povo, Editora Elevação, São Paulo, 10/2000.



E a eternidade do homem, na Terra, traduz-se pelo que ele faz, marcando sua passagem, de forma indelével e notável, quando se trata de seres humanos predestinados aos grandes feitos.



Brasília comemora, neste 21 de abril, 41 anos. Sua fundação por JK, o maior estadista do Brasil, ocorreu exatamente no dia em que TIRADENTES fora imolado pelo único crime que cometera: amar o Brasil, mais que sua própria vida.
A Inconfidência Mineira já pregava a transferência da Capital para o centro do País. Desde a primeira Constituição Republicana, os constituintes tiveram a consciência de inserir nas Cartas Magnas o comando para tornar o Brasil, de fato, uma pátria continental, prosseguindo a gloriosa e histórica interiorização dos bandeirantes e das bandeiras, que da São Paulo da garoa, a velha Terra de Píratininga, partiam para o imponderável e cortavam as terras inóspitas e as selvas bravias, criando aqui e acolá focos de civilização e transformando o Brasil de então no que hoje chamamos de grande pátria dos brasileiros. No Brasil Colónia, Hipólito José da Costa proclamou, no jornal que criara e editara, em Londres, que a capital não mais poderia localizar-se no litoral, mas sim no Planalto Central, escrevendo, com tintas fortes, em março de 1813 a necessidade e a conveniência de sua mudança. José Bonifácio de Andrade e Silva, o patriarca da Independência, já em 1821, apontara a necessidade de o interior do País sediar a Capital, com o nome de Petrópole ou Brasília e, em 1839, o Visconde de Porto Seguro defende valentemente a idéia de levar a Capital para o Planalto Central. No Parlamento do Império, esse ideário também encontrou eco e frutificou, não morrendo jamais.
A visão de Dom Bosco, segundo os historiadores, revelava, em 1883, que a terra do leite e do mel não seria outra senão o cerrado, onde hoje se ergue a imponente e doce Brasília.
Coube a Juscelino Kubitschek, o iluminado e predestinado médico de Diamantina, das Minas Gerais, fincar neste chão abençoado a cidade que Iara Kern descreveu como o Egito aqui implantado. Esta talentosa escritora não poupa esforços em demonstrar que Brasília está traçada dentro da numerologia do Tarot Egípcio e da Cabala Hebraica, porque encarna as características das cidades egípcias. Foi Akhenaton ( 1375 - 1358 AC ), o Faraó do Deus único - Aton, que também transplantou a capital do Egito para Akhenaton - a Cidade do Horizonte do Aton.
Brasília, jovenzinha e esbelta, a namoradinha do Planalto, encanta a quem aqui aporta. Tem a magia de conquistar para sempre seus amores. Marcar com sua varinha mágica seus habitantes, antes rotativos, já agora definitivamente enraizados nesta terra de flores, jardins e do cerrado quente, do céu azul, do mágico lago engendrado por seu fundador.
As quadras e superquadras, o comércio local, as piràmides de suas construções, as avenidas monumentais, os desenhos de Lúcio Costa, o traçado de Oscar Niemeyer, as coincidências do Egito antigo e da Brasília moderna e, fundamentalmente, de seus habitantes, que vêm de todos os rincões do Brasil e do mundo, tornam esta cidade diferente das demais e mereceu da ONU o tombamento, por suas características. Pode-se dizer que estamos vivendo a nova maravilha do engenho humano. E há mais. Brasília, o centro cultural e político do Brasil, está ultrapassando, nos seus juvenis quarenta e um anos, as mais otimistas expectativas, projetando a pujança dos seus filhos, candangos, pioneiros, semi pioneiros e os que para cá vieram mais recentemente.
Nem tudo, porém, são flores. A violência, o desvario, a desumanidade no trato também tomam conta da cidade que poderia ser o paraíso brasileiro, assim desejado pelo seu idealizador. As manchetes dos jornais, da televisão, do rádio mancham a alvura de suas vestes. Todavia, tudo isto é fruto do desvario da humanidade, do final de século XX e início de uma nova era, visto que estamos no momento crucial da história humana, jamais igualado a nenhum outro, em que a revolução científica e tecnológica atingiu os píncaros mas ainda não o suficiente. E o espírito? Este, sem dúvida, ainda engatinha na solidão e na escuridão à espera da verdadeira redenção. A moral e a ética, nem se diga!
E, de repente, o senhor Diogo Mainardi coloca-se contra o gênio criador de Brasília e o mais importante dos governantes que o Brasil conheceu nestes quinhentos anos de história. Em sua coluna da consagrada Revista Veja, de 21 de março de 2001, não enxergando sequer um passo adiante, quando atinge JK e sua notável obra, macula seu nome com a pecha de criminoso, porque construiu a Cidade dos Tempos e produziu a revolução que o Brasil tanto esperava. Primeiro, porque desconhece qual seja o real significado dessa palavra. Sem mais nem menos, usa essa expressão, demonstrando sua total ignorància. Segundo, porque, sob sua ótica, nenhum progresso deveria a humanidade atingir. Ai de nós, sequer sabe valorizar o que de bom existe no ser humano e naquele que marca a existência com feitos maiores do que a vã existência premia. Pode o homem barrar o progresso por algum tempo, mas não para todo o sempre!
Afinal, Brasília nasceu de um sonho que se transformou em realidade, pelas mãos fecundas de Juscelino Kubitschek e mercê do esforço gigantesco e despretensioso de pioneiros abnegados, que marcam sua passagem gloriosa para sempre, como Palmerinda Donato, Olavo Drumond, Sérvulo Tavares, Bernardo Sayão, Ernesto Silva, Ari Moura, Newton Rossi, Cirlene Ramos, Afonso Heliodoro dos Santos, Adirson Vasconcelos e tantos e tantos outros que contribuíram para a construção da que seria a obra do século e que, sem dúvida, permanecerá para sempre.
Oxalá, saibamos valorizar os bons momentos que a vida nos proporciona!


13/04/2001


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