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Contos-->O Aniversário -- 14/08/2001 - 11:41 (César Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era um dia especial para minha amiga Ana, uma morena de peitos grandes e lábio carnudo, carne rígida e macia. Ana era de enlouquecer qualquer um, menos eu, não que eu seja pusilânime ou coisas do gênero, mas é que o diabo da negrinha era como meia irmã e ainda por cima confidente.

O aniversário corria solto, todo mundo chegando, sei lá de onde. Suas namoradinhas a tira-colo. Cada vestido que puta que pariu, de fazer inveja a qualquer pavão, por que as mulheres são tão tolas, nunca imaginam que o que realmente vale são as calcinhas, que vez por outra fogem do controle de suas aberturas de pernas e aparecem reluzentes em pêlos.

Eu, como sempre, cheguei depois, detesto aquela coisa certinha, na hora marcada, fico meio que maluco com aqueles caras que fazem de tudo, matam até a mãe para chegarem na hora, eu mesmo estou cagando para tudo isso.

Não imaginava que um aniversário assim fosse da lá em grandes coisas, muita chatice e conversas da moda. Sei lá, os papos não eram nada daquilo que a minha vida de merda estava acostumada, vinha de um relacionamento fudido que de bom não tinha nada, só um filho. As crianças enobrecem o ato de conviver por puro espetáculo cafona, onde o dever moral se impõe ao prazer de se viver a dois, sem perceber que o bom já se fora, quem sabe para os quintos dos invernos.

Quando tudo parecia perdido, e eu quase desistindo de tudo aquilo, surge uma diva, daquelas que mexem contigo, que te deixam estasiado. O conceito de diva é muito peculiar, vai desde o gosto por bunda até o pecado da homossexualidade, que de pecado não tem nada quando se acredita que o mundo nasceu gay e que todos fingem não serem, apenas pelo desejo de satisfazer a uma sociedade preconceituosa, quase maldita, repleta de seres execrantes, forjados dentro de um sistema nocivo e viciado.

Mas voltemos a mulher, cujo falo me fez subir de imediato, sem carícias e imaginações. Tive uma breve sensação de prazer, achei que aquilo era um bom sinal, afinal nem tudo poderia ser ruim naquela festa.

Para o meu bel prazer ela resolveu sentar-se ao meu lado, coisas do destino, se que ele realmente existe, particularmente não acredito, tenho a impressão de que cada um escolhe em que ponto da vida vai se foder, se realmente vale a pena ou não viver. Seu corpo não era jovem, mas respirava um ar de bem cuidado, no alto dos seus trinta anos, seios médios, tinham consigo algumas sardas, cabelos pretos e olhos castanhos, realmente impressionantes, principalmente para mim que estava procurando algo novo. Sempre entrei numas roubadas e agora queria ser a roubada de alguém, ruim para ela, pois a essas alturas o papo já rolava solto, gírias, dialetos, linguagem dos sinais, de tudo um pouco.

Entrementes, todos estavam no mesmo lugar, nós não. Havia algo diferente, ao invés de conversas casadas, do tipo onde os pares gostam de quase a mesmas coisas, o nosso desencontro era escabroso, ninguém se entendia, posições divergentes, comentários pachorrentos. Ela adorava Caetano e eu Queen, para ela o amor é eterno e eu achando que tudo não passava de uma grande bobagem, enquanto para mim o ficar era necessário, para ela só isso não bastava, tinha que ter romance, flores, beijos roubados...

Estava tudo muito bom, pavio aceso, uma vontade louca de trepar com ela, de sentir seu beijo quente. Quando pára do outro lado da rua uma moto, dessas de filme de aventura, o piloto: um baixinho quase careca e metido a Dom Juan, um misto de galã e bom vivant, não precisou mais do que aceno para eu ver o meu desejo amolecendo entre as pernas. Sei que parece contraponto, mas senti uma pontinha de ciúmes, logo eu que estava começando a gostar de ser o outro. Por certo não imaginava o fim de noite diferente de uma cama redonda, sexo e vinho branco.

Tchau! Meu namorado chegou. Foram as últimas palavras que sóbrio consegui escutar. Deixei-me levar por vários chopp’s, petiscos e uma barulheira infernal. Tenho que ir, disse a mim mesmo, voltar para a solidão de casa e punhetar pensando na minha vizinha magricela. Dei um beijo em Ana e fui.
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