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Humor-->Vinho do padre -- 17/02/2007 - 15:14 (Jader Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Vinho do Padre

Nos idos de 1960 havia na da Dutra, no trecho entre Taubaté e Caçapava, uma churrascaria gaúcha que vendia vinhos populares. Eram vinhos “suaves” e “doces”, da desconhecida marca “Danny” —os vinhos eram produtos de segunda ou até mesmo de terceira linha.
Por esse tempo, o propagandista Décio Rocha já trabalhava no Laboratório Lafi, onde ficou até aposentar-se como gerente de treinamento. Seus chefões se diziam “exímios” conhecedores de vinhos, entendidos em vinhos caríssimos das melhores safras chilenas ou francesas. Nos papos furados de reunião gabavam-se de já terem saboreado os mais diferentes vinhos do planeta. Extrapolavam, diziam que tinham feito memoráveis viagens internacionais, que já tinha degustado safras italianas e gregas. Enfim, eram “experts” no assunto.
O Décio não gostava de ficar ouvindo aquele papo furado e decidiu aplicar uma peça nos arrogantes e pretensiosos chefes. Decidiu e executou um plano. Quando retornava para Taubaté, passou pela “Churrascaria e Vinhos Danny” e comprou enormes garrafões do “precioso vinho”. Em casa, cuidou de distribuir a bebida por litros menores, em cor escura, tendo o cuidado de lacrar as rolhas com cera de abelha colorida e parafina. O selo era para assegurar a insuspeita qualidade da rara bebida produzida num convento secular de Taubaté, cujas videiras eram ímpares no Brasil e alhures. Mandou fazer rótulos rústicos, todos com a marca “Vinho do Padre” e os grudou nas garrafas. Fez isso para agradar aos chefes e “tirar um sarro neles”. De leve.
Na primeira reunião na matriz, presenteou a todos com o “Vinho do Padre”. Os entendidos enólogos, deliciaram-se e reconheceram as virtudes do vinho santo, trazido pelo Rocha diretamente das vinícolas bentas de Taubaté. Gostaram tanto que pediram mais. Depois disso, a vida do propagandista nunca mais foi a mesma. A cada nova reunião precisava levar mais e mais vinho. A brincadeira foi ficando perigosa e cara. O Rocha já estava procurando uma saída para acabar com a história do “Vinho do Padre”, que estava indo longe demais, quando certo dia chegou em Taubaté um dos chefões da empresa. O homem era um dos maiores apreciadores do “Vinho do Padre” e manifestou o desejo de conhecer o convento famoso que o produzia. Isto era tudo o que o propagandista Rocha mais temia. Para não perder o emprego, precisava ser rápido e criativo. Mentiu que a vinícola estava em quarentena, fechada por tempo indeterminado devido a uma contaminação por fungos. O chefe ficou apavorado e perguntou: “Mas a coisa parece ser feia. Que tipo de fungo tão terrível é esse? O propagandista cara de pau respondeu: “A produção é artesanal, chefe. Os noviços amassam as uvas da maneira tradicional e estão com os pés e os dedos cheios de frieira... a produção está temporariamente suspensa...”
Crendospadre! Depois desse fato, ninguém mais quis saber do tal “Vinho do Padre”, supostamente produzido em Taubaté...”.
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