O Dedo do doutor
O curioso fato se deu em Franca, SP, no pátio do hospital psiquiátrico Alan Kardec. Nós, os propagandistas, sempre visitávamos dois médicos que davam plantões lá, e ficávamos aguardando no estacionamento para visitá-los assim que chegassem. Naquela manhã, eu e o Carmozine, ficamos conversando no carro na expectativa de que os doutores nos atendessem logo.
De repente houve um tumulto. Um paciente seminu escapou para o pátio e se recusava a voltar para dentro. Estava dando muito trabalho para os enfermeiros. Por mais que se esforçassem, o maluco não retornava para dentro do hospital. Usando de um recurso inteligente, o doido se fixara na porta de entrada com os pés e as mãos (os joelhos e os cotovelos flexionados), grudando-se no batente, de tal sorte que, ninguém, nem o demônio, o retirava de lá. A cena se tornava cômica pelo fato de o paciente estar parcialmente sem roupa, vestindo apenas uma camisa listrada.
A luta inútil dos enfermeiros já durava, quando chegou o doutor Thomazini, médico urologista, que dava plantões no ambulatório do hospital. Ao ver a cena, o médico resolveu intervir à sua maneira. Aproximou-se do maluco, que se encontrava em posição favorável, preparou o seu grande dedo médio (o mesmo que usava, rotineiramente, nos exames de próstata) e aplicou-o, com o vigor apropriado, nas nádegas do maluco. A decisão do doutor foi um sucesso. O maluco relaxou e afrouxou de imediato os braços e as pernas, "afundando" para dentro do hospital, levando consigo meia dúzia de enfermeiros alegres e satisfeitos com a "habilidade" do doutor.
Depois de tudo solucionado, o doutor Thomazini olhou para trás, exibiu com visível satisfação o seu grande dedo médio para uma torcida de propagandistas sorridentes, e concluiu: “O cara pode ser louco... mas não é besta!...”
|