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Humor-->General Ganso -- 05/02/2007 - 11:40 (Jader Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

General Ganso

Devido ao seu jeito desengonçado de andar, o Luiz Gonzaga ganhou o apelido de “Ganso” e foi um dos propagandistas mais folclóricos do Vale do Paraíba. No tempo em que trabalhava no Laboratório Steg, firma que não existe mais, vendia grandes quantidades de Novatropina, um analgésico muito popular, e prometia ao farmacêutico “um 38” de bonificação. Depois de alguns dias, fiel à sua promessa, trazia “um 38”, de plástico, da fábrica de brinquedos Estrela e entregava ao cliente. Mas isto é apenas uma de suas outras histórias, que talvez eu conte depois.
Certa vez, em plena vigência da Ditadura Militar, o Ganso, que morava em Guaratinguetá, viajava no trem de aço com destino a Cruzeiro. Naquele tempo de vacas magras, quando poucos vendedores tinham um veículo próprio, era comum aos propagandistas viajarem nos trens da Central. No vagão-restaurante do trem de aço, porém, só podia permanecer quem estivesse bem vestido e gastasse algum dinheiro. Ali se almoçava muito bem. Serviam um filé acebolado que era uma delícia. O Décio Rocha que o diga.
Certo dia, o Ganso entrou no vagão, cumprimentou os distintos passageiros, sentou-se e pediu um guaraná. Da porta do vagão uma mulher humilde passou a fitá-lo demoradamente. A mulher parecia estar com fome e ele não hesitou em chamá-la para sentar ao seu lado e tomar um guaraná também. Ato contínuo, chegou o garçom e lhe avisou que a mulher estava mal vestida e não podia permanecer ali. O Ganso elevou a voz e a defendeu com veemência: “Sou oficial e a moça vai ficar!” O garçom bateu continência e concordou que a mulher ficasse, afinal o homem era um oficial e os militares estavam por cima da carne seca. No banco ao lado, um senhor bem vestido acompanhava tudo com muito interesse. O homem era um Oficial graduado da Marinha do Brasil mas viajava a paisana. De repente o homem se levantou, aproximou-se do Ganso e disse: “Muito bem, gostei da sua atitude!... É de gente assim que o Brasil precisa. Eu também sou oficial da Marinha do Brasil, qual é a sua “arma”?” Apesar de ter o sangue frio, o Ganso assustou-se com a abordagem do militar, mas pensou: “perdido por um, perdido por dez”, e foi em frente. Fez um gesto com os dedos imitando uma tesoura, característico de quem corta pano, e disse: “Minha arma é a tesoura, moço, sou oficial de corte e costura!...”
O militar não gostou da brincadeira e ameaçou prendê-lo por desacato. O Ganso, sujeito esperto, quando percebeu que tinha entrado numa fria, decidiu descer um pouco antes e ficou em Cachoeira Paulista. Foi a única vez em que o Ganso não cumpriu um itinerário de viagem...


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