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Cronicas-->Bibliocantos -- 13/04/2001 - 10:13 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há certos objetos que tem uma importància fundamental em nossas vidas mas, por ingratidão ou ignorància, não damos o devido valor. O bibliocanto é um deles.

Bibliocantos, todos sabem, são aqueles pequenos suportes usados nas bibliotecas para segurar os livros, encerrando uma fileira quando não há o apoio natural da estante. Só me dei conta do meu erro há alguns dias, quando estava tentando acomodar os livros na prateleira. Impossível, sem ajuda eles caiam. Ignorante, pensei que precisava de aparadores de livros, ou suportes. Só fui descobrir que eu realmente precisava era de bibliocantos quando cheguei na papelaria e pedi por aparadores. O balconista me atendeu com gentileza, mas não póde disfarçar um certo ar de superioridade quando me explicou que os "aparadores" na realidade são chamados bibliocantos.

Bibliocantos são guardiões da cultura, esteio do saber, amparo da literatura de qualquer gênero. Literalmente. Eles seguram fileiras imensas de livros que sem eles jogar-se-iam ao chão.

Eu sei que todos vocês já sabiam que o nome daquela pecinha de metal, dobrada e pintada com discrição chama-se bibliocanto. Digamos que eu sabia mas tinha esquecido, como as crianças que dizem que gostam de uma comida mas estão sem vontade.

Depois de instalar uma meia dúzia de bibliocantos, reorganizado minha modesta biblioteca, pus-me a pensar. Fiquei refletindo sobre a vida de um bibliocanto. Acho meio parada esta vida de ficar segurando livros, anos a fio, sem férias nem reconhecimento. Os livros vão e voltam com seus leitores, mas ninguém retira um bibliocanto na biblioteca e leva pelo final de semana. O resultado é que o bibliocanto fica lá, não raro só. Um biblioteconomista amigo me falou que se comenta a boca pequena sobre uma biblioteca em que teria acontecido um princípio de rebelião. Eles não falam muito com receio que esta idéia se propague e aí os bibliotecários do mundo inteiro terão que ficar juntando livros, alguns segurando pilhas imensas para que não caiam sobre os leitores. Seria uma confusão.

Eu acho que eles têm toda razão. Imagino que para acalmá-los poder-se-ia montar um esquema com passeios no final de semana. Nestes dias o leitor levaria o livro e junto com ele um bibliocanto, com o compromisso de colocá-lo em lugar iluminado, junto com algumas plantas e movimentá-lo pelo menos duas vezes. Na segunda eles voltariam felizes, prontos para um novo período de trabalho. Não é difícil.

Proponho um monumento ao bibliocanto desconhecido.


Escrito em 24.01.2001
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