A internet e as notícias em tempo real acabam alterando a proporção dos acontecimentos (escàndalos, CPIs, rambos, rombos, roubos, SUDAM e etc.), conferindo-lhes uma certa "irrealidade".
Quem diz isso é a corregedora-geral da União, Anadyr de Mendonça Rodrigues, que assim se candidata, pra valer, a ser malhada como o Judas do ano (a sugestão veio de um leitor do colunista da Folha Zé Simão).
Numa coisa ela tem razão: as somas tungadas são mesmo de uma "irrealidade" quase irrespirável. Estonteantes mesmo. Um cidadão comum não consegue mesmo imaginá-la palpável. Mas alguém a estará apalpando, na "irrealidade" voraz do seu bolso enorme e insaciável.
E ela também tem razão quanto à internet e quanto à s notícias em tempo real. Eles podem atrapalhar, e muito, esse núcleo de ficção montado lá em Brasília. Sorte deles. Só 5% da população brasileira tem acesso à rede. E aos livros também. Por enquanto (à s vezes, me vejo acometido de um otimismo inexplicável).
Desligar a televisão por quinze minutos, um dia que seja, eu acho, é muito pouco. Inócuo, quase irrelevante.
Que longa "irrealidade" essa que vivemos. Já passa de quinhentos anos.
E, por falar em irrealidades, é do alto das suas não-sobrancelhas que fala a corredora-geral da União. Conhece, na face, os limites que separam a realidade da ficção.
E a gente vai levando a vida no arame, como dizia a marchinha, "sa sa saricando". Os jornais, os meios de comunicação? Meu Deus, que perereco!
E tome televisão. E tome novela. |