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cronicas-->Medicina e faltas! -- 04/07/2010 - 19:57 (paulino vergetti neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Medicina e faltas!




Arrepio-me quando vejo uma autoridade do Estado Brasileiro dizer que no país a saúde vai muito bem. Aqui se exagera demais. Dizem o que querem e fica tudo por isso mesmo. Ponderar é preciso. A geografia da Saúde Pública neste país é arco que não se dobra fácil a qualquer inspeção mais séria que se faça. Há carências em demasia. O Estado continua gastando pouco e mal no que tange à Saúde Pública.

Apesar de estarmos vivendo em pleno século vinte e um e os cientistas já terem anunciado que o Faraó Tutancàmon morreu de Anemia Falsiforme, milhões de brasileiros continuam a morrer a míngua, portando doenças as mais ridículas de serem admitidas como tal. O diagnóstico e a prevenção continuam a ser feitos sem as devidas qualificações. O Governo brinca de pagar aos funcionários da Saúde e estes, por sua vez, de tratar os usuários do plano nacional de saúde. O SUS carece de um abalo novo, onde a população possa vê-lo atendendo as necessidades básicas e especiais da sociedade como um todo.

Há lugares neste país onde nunca pousou um médico ou um enfermeiro. O Norte parece ser ainda mais carencial desses funcionários, do que mesmo o Nordeste. O Médico é obrigado a macaquear de galho em galho para poder sobreviver com menos indignidade. A situação é séria e urge uma reparação do mal em pronto atendimento. Não podemos esperar mai por uma solução inteligente por parte das autoridades.

Se nós médicos estivéssemos atrelados a outras categorias de trabalhadores, assim como os da área da Justiça, por exemplo, talvez já tivéssemos resolvido a maior parte dos nossos problemas. Por que um juiz pode ganhar bem e um médico, que cuida da saúde desse mesmo juiz não pode? Equipare-nos a uma dessas autoridades , no que diz respeito a salário, e verão como as coisas mudariam.

O Médico necessita de uma condição diferenciada de trabalho. Tratar seres humanos é sobre-humano. Um profissional dessa estirpe deve alimentar-se e dormir muito bem, além de ter uma condição financeira boa para se aprimorar nos mais variados Congressos de sua categoria. Ter vários empregos é desgastante, porém, agora, ainda uma necessidade de sobrevivência para a categoria. Vivemos para trabalhar e adoecer e envelhecer e aí, carecer dos precários serviços do SUS, com exceção dos profissionais que conseguem ter um plano de saúde decente. Enfrentar as filas do SUS é coisa do século dezenove e jamais deveria continuar existindo.

Como Oncologista, sei muito bem do que falo. Os hospitais privados brasileiros ganham para tratar os pacientes com Càncer, não pelo que usam ou precisam usar, mas, por uma quantia fixa para cada tipo de tumor que ttrata. O governo tem uma história de dizer que esse sistema funciona por compensação, ganhando e perdendo os hospitais, a depender do que tratam. Acredito que quem fez esse modelo de pagamento ousou no pecado de que a saúde é uma mercadoria negociável nos balcões da indecência.

A Saúde Pública neste país é coisa séria que não está recebendo os cuidados necessários.A classe médica está acostumada a trabalhar sob o peso indigesto das condições inadequadas de trabalho e isso é horrível. Estamos acostumados a vivenciar uma realidade doentia. Autoridades, passa da hora de vocês olharem para esse modelo, ainda mesquinho, de relação trabalhista. Um médico deve ser visto por um outro àngulo social. Saúde é coisa muito séria para ser posta nos balcões do desestímulo. Pensem nisso!

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