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cronicas-->A serviço da comunidade??? Uma saga ANARCO-PUNK -- 11/04/2001 - 14:18 (Leonardo Helou Doca de Andrade) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A serviço da comunidade???

Qual é o papel da polícia, em qualquer lugar do mundo? Que eu saiba, é de servir a comunidade, manter a ordem pública e assegurar a integridade dos cidadãos.
Tudo bem, este realmente é o papel da polícia! Pelo menos nos dias de hoje, em que gozamos de uma (pseudo) democracia, deixando lá pra trás os anos de chumbo, quando a liberdade de expressão era confundida com crime.
Mas parece que o ranço da ditadura ainda teima em amargar nossas bocas, mesmo nesses tempos modernos de século XXI. Acontece que esses homens da lei, em que tanto confiamos, provam a cada dia que querem mesmo é mostrar que têm poder, que são autoridade e que o povo tem que engoli-los, como já engole tantos poderosos.
Tarde de sexta-feira, Avenida Paulista, prédio da Gazeta. Acabo de sair do Cine-aula do Colégio Objetivo, uma enorme sala de cinema especialmente preparada para os alunos, onde estava sendo exibido o filme Gladiador, com os comentários muito pertinentes do professor Ciro, de História, ao fundo. Enquanto fumo um cigarro sentado nas escadarias externas do prédio, observo um grupo muito heterogêneo aproximar-se e passar em frente ao prédio. Eram cerca de 35 anarco-punks, vestidos com suas roupas rasgadas, camisetas com palavras de ordem estampadas, cabelos verdes, braceletes com ferros pontudos e todo o tipo de esquisitice que de maneira alguma poderia combinar com o cenário neo-capitalista da Av. Paulista. Logo atrás, cerca de 30 policiais militares, cacetetes em punho, acompanhando o estranho grupo a pé, pelas calçadas da avenida.
Sem pestanejar, levantei-me e, munido de minha càmera fotográfica e de meu gravador, segui a pequena multidão. Acompanhei-os até a Av. Brigadeiro Luís António, onde os punks pararam para tomar um ónibus e ir embora para casa. Mas não deu tempo de o ónibus chegar. Ao pararem no ponto, todos foram abordados pelos policiais, que ordenaram que encostassem as mãos na parede para averiguação. Averiguação? Quem estava em atitude suspeita? É suspeito andar pelas ruas da cidade vestindo roupas fora do comum?
Rendidos, os punks obedeceram a ordem policial. Ao revistarem os rapazes e moças, os policiais usaram de violência desde o começo. "Abre as pernas aí, punk vagabundo!!!", bradava um deles. "Quer ir em cana, seu sujo?".
- Não senhor! Pelo amor de Deus, não me bate! Eu não fiz nada!
E o "pau" comia solto, borracha nos punks, sem dó! E eu acompanhando tudo de muito perto, fotografando cada lance, observando cada movimento da truculência policial.
De repente, durante o enquadramento da próxima cena, com um policial socando um punk bem centralizados no meu visor, PAM!!! Uma pancada acertou meu supercílio. Dez segundos depois, mais duas borrachadas, desta vez nas costas!
E o jornalista, que estava fazendo seu trabalho no front, acabou levando a sua dose de brutalidade, já que os punks já não estavam sendo suficientes como sacos de pancadas.
Sem me abalar, anotei o nome do policial agressor na frente dele, a sua funcional e o seu distrito, dizendo calmamente que iria denunciá-lo na corregedoria. Este, munido de um ódio ditatorial, ainda tentou arrancar a càmera fotográfica das minhas mãos, mas seu superior impediu-o e rendeu-o, deixando-o ainda mais vermelho de ódio.
Este foi apenas um fato corriqueiro das ruas de São Paulo, onde tudo pode acontecer, e onde nem sempre tem-se que ter medo de bandidos normais. Muitas vezes os bandidos vêm fardados, organizados e muito bem armados, andando em seus Vectra e Blazers zero quilómetro, "botando banca" pra quem quiser ver!
Esta é a segurança pública do meu País...
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