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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->Amoras, Maçãs & Papoula -- 22/04/2002 - 02:47 (Richard Sterr Cory Jr) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Amoras, Maçãs & Papoula

Escrito e Dirigido
por
Richard Cory



Janeiro, 2002
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“...chegamos então a questão que mais nos diz respeito: as convenções sociais versus o instinto. O que diferencia a raça humana dos animais não é racionalidade. São os paradigmas sociais. São eles que camuflam nossos instintos, que fazem com que ajamos de maneira aceitável. (...) Quando rompermos com esses paradigmas, a tênue linha que nos situa em posição diferente dos animais selvagens será rompida, e a partir daí tudo será instinto. As leis que regem o mundo animal tornar-se-ão nossas leis. (...) Sem a consciência moral que os paradigmas sociais nos impõem, será impossível para nós julgarmos as atitudes, e assim, o estado mais genuíno da raça humana irá aflorar: O instinto. Se não há crime, não há julgamento e, portanto, não há condenação...”

Salvador Giovanni D’Alessandro, Itália, 1965.
___________________________________________________________________
EXT. Bar

A camera está longe, e a imagem é ampla e distante. Percebe-se ao longe pessoas sentadas em torno de mesas, conversando, bebendo. O ambiente parece ser alegre. Os créditos iniciais começam nessa imagem. A camera se aproxima lentamente, fechando o foco. A aproximação finaliza em um close no letreiro em neon na marquise do bar: Keroauc. Então, a camera, no mesmo ritmo, abaixa-se e chega as mesas. As pessoas são filmadas uma a uma. Elas riem, se divertem, fazem piadas. Em uma mesa chega um garçom com uma garrafa de cerveja. Em outra as pessoas conversam, parece uma discussão, mas logo se percebe sorrisos. É esse o clima. A camera passeia por todas as mesas, sem se demorar em nenhuma. A seqüência de créditos continua acompanhada pela música. A camera então começa a andar no rastro de uma moça. Ela tem cabelos compridos e pretos, é alta, e tem passos decididos. A camera a acompanha por trás. No caminho, a camera deixa a moça de cabelos compridos e passa a seguir uma moça de cabelos loiros. Ela caminha em direção ao interior do bar.

CORTA PARA:
INT. Bar

A camera percorre um bar mal iluminado, paredes amareladas, quase deserto. A visão que se tem da moça de cabelos loiros é sempre por trás. Neste momento, não será mostrado seu rosto. Alguns poucos noctívagos ainda permanecem ali com seus copos de uísque barato e sua mesa de bilha empenada. A moça olha de vários lados parecendo bastante tonta. Aproxima-se de uma porta branca, mal cuidada, olha para trás, para os lados, cambaleia, e olha para cima. Na porta está escrito: Sanitário Masculino. P partir daí a camera fixa o foco no letreiro. A porta se abre, ela entra e a porta se fecha.

CORTA PARA:
INT. Sanitário Masculino

O banheiro é mal iluminado, possui cinco pias dispostas em um balcão, os azulejos estão amareladas, os espelhos velhos, e o lugar se encontra bastante sujo. Como se há tempos não fosse limpo.
Uma moça de cabelos e pele claros, rosto pálido, olhos avermelhados entra no recinto. Chama-se Clarisse. Vestida em roupas baratas mas de um jeito sexy, ela usa uma blusa preta, uma mini-saia de tecido, uma jaqueta preta e uma sandália de salto médio. Pára em frente a 2 pia e olha-se no espelho. O seu olhar é vazio, distante, como se não estivesse muito atenta às coisas ao seu redor. Fixando seu olhar no espelho, mas sem fixá-lo em nada especificamente, permanece assim por alguns segundos. Ela treme e chupa o nariz a todo instante. De repente, grita em tom melancólico e começa a resmungar.

CLARISSE:
- Não....Não...Porque, porque??? Porque eu?

O lamurio torna-se choro, um choro tímido, triste, apático. Prolonga-se por alguns segundos. Com o choro quase cessando, Clarisse torna a olhar-se no espelho, o mesmo olhar vazio, distante, e fixo em um ponto, não necessariamente algum objeto, com a pequena diferença de ter os olhos marejados agora. Procura alguma coisa no bolso de sua jaqueta e acha um saquinho. Nele há cocaína. Ela treme, abraça o saquinho e volta a chorar. A cena dura alguns poucos segundos. Interrompendo o choro, despeja um pouco de cocaína sobre o balcão onde se encontra a pia. Clarisse diz em tom infantil, como se falasse a uma criança recém-nascida. O tom da fala é patético, graças ao efeito da droga previamente tomada.

CLARISSE:
- Você é minha única amiguinha...A única pessoa que não me traí, que não me xinga, que compreende as minhas vontades.....eu te amo, muito, muito.

Clarisse começa a procurar por algum objeto que ajude-a a preparar a droga para que possa inalá-la. Olha ao redor, rodopia. Está tonta, mal se mantém em pé. Apóia-se na parede, respira fundo e volta a olhar para o espelho. O olhar continua vazio, mas desta vez não mais fixo, já que ela procura alguma coisa. Então, vê no canto inferior direito do espelho um pedaço deste quebrado e solto. Pensa que aquele pedaço pode servir para dispor a droga de forma que facilite sua inalação. Tenta retirá-lo, mas devido ao seu estado, acaba se cortando. Um corte pequeno, mas que sangra razoavelmente. Ela levanta a mão até a altura dos olhos e fixa o olhar no sangue. Há um certo sorriso em seus lábios.

CLARISSE:
- ...E a dor é menor do que parece....Quando ela se corta ele se esquece...

Cantarola a música acima mantendo um sorriso infantil no rosto. Chupa o dedo para recolher o sangue. Olha de novo para o espelho, volta a olhar para o estilhaço que está preste a pegar. Sua mão volta a sangrar, ela a limpa na jaqueta e estica o braço para que possa alcançar o pedacinho de espelho que deseja. Eleva também o espelho a altura dos olhos, e sorri com ar de superioridade, como se tivesse conquistado uma vitória. O espelho fica maculado pelo sangue. Utilizando tal pedaço, Clarisse coloca a droga em uma fina linha para que possa inala-la. Chupa o nariz de novo, olha de relance no espelho e abaixa a cabeça como se fosse aspira-la. No entanto, antes de o fazer, ela pára, pensa, levanta a cabeça e olha ao redor. Começa a procurar por algum objeto de forma cilíndrica para que possa aspirar melhor o pó. Não vê nada útil ao redor. Dirige-se a uma lata de lixo. Mexe ali dentro, tira alguns toalhas de papel dali, e acaba derrubando um pouco de lixo no chão. Encontra um canudinho, brinca infantilmente com ele e volta novamente para o local onde a droga se encontra disposta. Sorri, novamente, triunfante. Posiciona o canudo, e inala toda droga de uma vez. Levanta a cabeça, e funga o nariz. Olha-se no espelho e tudo começa a girar. Ela ri estridentemente, mas o riso é tolo. Non-sense. Está mais pálida, os olhos mais avermelhados com contornos roxo. De súbito, se desequilibra e cai. Na queda, tenta apoiar-se na parede, o que só contribui para que se torne mais patética. No chão, estirada, começa a sorrir novamente, um leve sorriso, tolo. Começa a tremer e babar. Seu rosto está sobre uma poça de água de cor marrom.
CORTA PARA:
INT. Bar.

A camera permanece fixa no letreiro da porta: Sanitário Masculino. Começa-se a ouvir passos de alguém se aproximando. Os passos são fracos e distantes a principio e vão gradativamente se tornando fortes, firmes, decididos. Os passos cessam. A porta abre, e depois volta a fechar. A camera permanece fixa na mesma posição durante todo o decorrer da ação.




CORTA PARA:
INT. Sanitário Masculino

Entra um homem alto, magro, trajando calça jeans já desgastada, em algumas partes rasgadas, camiseta branca e jaqueta de couro. Seu nome é Rubens. Seus gestos são polidos e seu olhar carrega um ar de insanidade. Logo depois de entrar, Rubens se depara com a moça. Ele a vê no chão, mas não se altera. Encara a situação com certa naturalidade. Em seu lábio, percebe-se um sorriso de escárnio, mas que carrega também certa piedade. Ele percebe que a moça ali deitada nem nota sua presença, o estado dela é lastimável. Dirige-se ao vaso sanitário, abaixa as calças, e começa a urinar. O som é ambiente, só se ouve o barulho do sistema de ventilação, e sua urina. Tendo terminado de urinar, Rubens levanta as calças e caminha em direção a 4ª pia. Olha-se de leve no espelho, seus gestos sempre comedidos, lava as mãos, o rosto, molha o cabelo. Tira do bolso da jaqueta um pente, e coloca seus cabelos todos para trás. Olha de relance para a moça ali estirada, e volta a olhar-se no espelho. Sem tirar os olhos de sua própria , diz.

RUBENS:
- Você é patética, sabia? Só pra você ter idéia de como você é ridícula, saiba que nem o banheiro certo você foi capaz de encontrar. Parou no banheiro dos homens.

Ele sorri novamente demonstrando piedade.

RUBENS:
- Porque você é assim? Você sabe me responder? Não, acho que não. E mesmo se soubesse, não teria condições de me explicar desse jeito. Você tá ridícula, sabia?

Ele cospe na pia. Passa a mão suavemente por sobre o cabelo, e se prepara para sair.

RUBENS:
- Vamos, levanta daí. Vai, tô cansado de você. Desta vez não vou te ajudar, se você não quiser levantar, que se estribuche ai. Quero mais é que se foda.

CLARISSE:
- Que???

RUBENS:
- Que?? Que?? Você é muito cínica mesmo. Tem a cara de pau de me perguntar o que? Você é patética. Essa palavra é tudo patética. Medíocre, não consegue ter o menor controle sobre seus impulsos, suas ações. Uma pessoa incapaz de dominar seu instinto só pode ser definida por uma palavra. Ou melhor, duas: Fraca e patética. E você é assim, sabia? Vou te ajudar a levantar dessa lama que você se meteu, mas juro, juro por nosso senhor Jesus Cristo que essa vai ser a última vez. Depois de hoje, você suma da minha vida, suma!!! Suma sua sem-vergonha!! Depois de hoje nunca mais quero ver essa sua cara imunda no meu caminho de novo, tá me entendendo?

Todo seu discurso é em vão. Ela parece não ouvi-lo, continua sem reação, deitada, rastejando, tremendo e babando.
Ele se aproxima e tenta levantá-la.

RUBENS:
- Vamos, levanta logo sua vagabunda!

Ela não aceita a ajuda, recolhe os braços, e continua a rastejar. Balbucia, em palavras quase incompreensíveis.

CLARISSE:
- Me deixa seu cretino!! Me deixa, me esquece, por favor...

Ele volta a insistir. Tenta novamente ajuda-la a levantar.
Ela resiste.

CLARISSE:
- Porra, eu já falei pra você me deixar!!! Sai daqui seu puto!! Suma cretino!

Ela diz isso numa tentativa de gritar, mas as palavras saem fracas, baixas, como se ela nem fosse concluir a frase.
Ele começa a demonstrar certa irritação.

RUBENS:
- Eee...Não fala assim comigo, não grita comigo sua vadia!!! Não grita!!
Porra!! Pra que você tá gritando??? Hein, caralho??? Pra que? Vamos me fala, pra que?

Suas palavras, saem fortes, gritos graves e violentos!! Rubens demonstra descontrole emocional.
Silêncio. Os dois se olham. Clarisse tenta se levantar, apóia-se na parede, olha para ele mas como se não o visse, abaixa a cabeça, e no esforço para levantar, diz.

CLARISSE:
- Vá se foder!!! Me deixa em paz!! Eu estou bem, muito bem!! Seu filho da
puta, some daqui, some da minha vida!!! Cretino!!! Filho da puta!!! Filho da puta!!

Sua fala começa baixa dessa vez, mas vai ganhando força, sendo entoada pela ira de Clarisse. Ela meio cambaleante, tenta partir pra cima dele. A cena é patética, ela mal se agüenta em pé, tenta soca-lo mas é facilmente dominada por Rubens. Ele segura os braços dela com força, muita força. Ela reclama de seus apertos.

RUBENS:
- Você não devia me irritar, sabia? Sabia, sua vadia? Sabia? Eu odeio que me irritem, isso me faz mal. E quando as pessoas me fazem mal, eu passo a fazer mal para as pessoas. Sabia?

Rubens a segura firme, só com uma mão. Com a outra desfere um violento tapa na cara da garota. Ela grita, começa a chorar...o choro é alto, contundente e irritante. Isso aumenta a sua irritação.

RUBENS:
- Cala a boca!! Cala a boca!!! Você está me deixando nervoso, muito nervoso, e isso não é bom!! Cala a boca sua puta!!! Cala a boca cacete!!! Merda!!! Porque você faz isso, porque você me irrita?? Hein?? Merda!!

Rubens está fora de si. Suas palavras soam dementes agora, e ele volta a soca-la outras duas vezes. Sua fúria aumenta, o choro de Clarisse se torna mais agudo, maior, mais forte. O barulho é ensurdecedor.
Ele a joga violentamente contra a parede, ela volta a cair no chão. Ele grita.

RUBENS:
- Você vai ter o que merece sua vagabunda!!! Vai aprender a gritar la na casa do caralho e a chorar assim pro puto do seu pai!! Sua garota mimada. Putinha!! Você vai ver que não poderia me irritar!! Você vai ver que não deveria me irritar, você sabe disso, mas você insistiu, você pediu!!! Você pediu isso!!! Puta.. Você, Você, Você.

Ele está agora completamente descontrolado, insano. Seus gritos são pavorosos, assustadores. Com ela deitada ali a sua frente, ele a chuta, uma, duas vezes, sem piedade, tomado pela própria ira!
Clarisse chora, agora seu choro é baixo, um lamurio de dor e tristeza.
Rubens mexe no bolso da jaqueta e tira uma corrente lá de dentro. Junto com a corrente cai também a chave de uma motocicleta. A corrente está com as suas pontas presa por um cadeado. Para abrir o cadeado, ele se abaixa, e pega o chaveiro do chão. Abre o cadeado, estica a corrente e a eleva a altura de seus olhos não contendo o riso de prazer, o sádico riso de seu prazer.
Clarisse olha a cena, e se assusta.
Rubens a agarra, rindo, ofegante, eufórico. Levanta-a do chão. Segura Clarisse com firmeza pelo braço, e rasga sua blusa. Ela não usa sutiã nesta noite. Seus seios estão agora a mostra. Rubens os olha com gula, com ânsia, num lance rápido, ele os lambe. Ela implora para que ele ele pare.

CLARISSE:
- Não, Rubens, não faça isso comigo...eu te imploro, tudo menos isso...por
favor!!! Por favor!!!!

Seu pedido se mistura com suas lágrimas. Rubens parece não ouvi-la e continua a lamber seus peitos afoitamente.
Rubens pára. Olha dentro dos olhos dela. Ela balança a cabeça negativamente. Ele desfere-lhe outro golpe no rosto. Ela grita. Ele a arrasta até proximo do balcão da pia, a encosta ali. Junta as duas mãos de Clarisse, e as prende na torneira.
Sua posição é incomoda. Suas costas na altura do balcão, seu tronco inclinado para trás por causa de suas mãos atadas. Em seus olhos vê-se sofrimento.
Rubens dá dois passos para trás, a contempla com os peitos nus. Ele abaixa suas calças, aproxima-se dela e baixa-lhe as saias. Clarisse grita. Um grito já sem força. Ele a esmurra novamente. Ela chora, só chora, copiosamente e silenciosamente.
Ele a penetra com força, com violência. Conforme o orgasmo se aproxima a violência do ato aumenta. Parece um búfalo. Mete com força, força, grita de prazer, não pelo ato em si, mas pela derrota de sua inimiga. Ele a esmurra durante o ato cerca de 3 ou 4 vezes. O rosto de Clarisse sangra, ela continua a chorar, mas no seu olhar lê-se a desistência e também a dor e a mágoa.
Rubens chega ao orgasmo. Seu corpo exausto cai por sobre o dela. Ela não oferece nenhuma resistência mais. Eles permanecem assim por alguns instantes, até que ele a abraça demonstrando certo afeto. Clarisse permanece indiferente.



RUBENS:
- Era isso que você queria né? Não é? Só pode ser, você me forçou a isso, Clarisse, você sabia que não devia me irritar, mas parece que fez questão, e se você sabia que me irritando isso iria acontecer, e você mesmo assim fez questão de me irritar, é porque você queria, estou certo, não tô?

Suas palavras são plácidas, calmas, ao pé do ouvido. Marcela não responde, só chora, nem uma palavra.
Ele torna a perguntar.

RUBENS:
- Não era isso? Não era isso?

Clarisse não responde. Ele se afasta, olha pra ela e volta a perguntar. Ela continua sem responder. Rubens se mantém calmo. Dirige-se até a pia, lava suas mãos, o rosto novamente. Volta a olhar para ela, sorri ironicamente. E diz:

RUBENS:
- Puta!!! Puta!! É isso que você é, sabia? Uma puta de uma puta!! Hahaha Uma puta de uma puta, Clarisse! Definitivamente, você é uma puta.

Clarisse permanece com o olhar vago, ainda sob efeito das drogas, e não responde nada. Ele se aproxima, soca-lhe o rosto imundo de sangue novamente, e solta-lhe as correntes. Ela cai, seus pulsos estão com hematomas por causa da corrente. Seu rosto ensangüentado encontra a poça de água de cor escura. Clarisse não diz nada, e permanece imóvel, do jeito que caiu.

Rubens torna a gritar.

RUBENS:
- Uma puta de uma puta!!! Puta!!!

Clarisse não diz nada. Sorri suavemente, como que deliciada por um prazer conhecido só por ela naquele momento.
Isso o irrita. Ele torna a chutá-la. Uma, duas, três vezes!!! Rubens ri, alto, sarcástico!!!
Clarisse cospe sangue, seu rosto está deformado.

RUBENS:
- Vagabunda!! Você é uma vagabunda!!!

Rubens soca o espelho, insano, e corta a mão. Ri, completamente demente, sem consciência, seus sentimentos estão embaralhados. Ele lava a mão cortada. Olha para Clarisse estendida ali no chão. Balança a cabeça negativamente.

RUBENS:
- Vou aliviar a sua dor Clarisse, vou te fazer um ultimo favor, apesar de você não merecer, porque eu te amo!! Vadia!! Meu amor!! Uma vadia!!!

Rubens saca da sua cintura um revolver calibre .45. Ele olha o revolver com certo prazer, e o engatilha.

RUBENS:
- Últimas palavras? Gostaria de dizer alguma coisa?

Ele ri. Atira. Três disparos. Cabeça, e tronco duas vezes. O corpo de Clarisse desvanece.
Rubens coloca a arma suavemente sobre o balcão, torna a lavar as mãos. Limpa uma mancha de sangue na jaqueta, molha o rosto e os cabelos. Tira o pente do bolso.





CORTA PARA:
INT. Bar

A camera permanece estática, no mesmíssimo lugar. Os letreiros lêem: Sanitário Masculino. Ouve-se passos se aproximando. Os passos cessam, a porta abre e fecha, a camera permanece imóvel.

CORTA PARA:
INT. Sanitário Masculino

Entra um rapaz bem vestido. As roupas puídas mas demonstrando certa classe. Usa óculos e camisa branca.
Ele olha, se assusta. Fica horrorizado. Rubens, que começara a pentear o cabelo, olha para ele.
Ele grita.

RAPAZ:
- Rubens!!!!!! O que você fez, Rubens? Como você pode? Rubens!!!

Rubens pede para ele fazer silêncio. Ele continua a gritar, e começa a se aproximar de Rubens. Este pede para que ele pare. Ele pára, olha com piedade para Rubens.
Rubens olha fixo no olho do rapaz e diz:

RUBENS:
- Oh-ow, Chegou em uma má hora, Carlos.

Um disparo. Certeiro, no meio da testa de Carlos. Ele cai ao lado de Clarisse.
Rubens volta-se para o espelho novamente, termina de pentear o cabelo. Passa suavemente a mão sobre ele. Acende um cigarro. E dirige-se a porta. Para em frentes aos cadáveres. Balança a cabeça negativamente.
Rubens mexe no pênis, sente vontade de urinar. Mas desta vez não vai até o vaso sanitário. Urina ali mesmo, sobre os corpos mortos.
Olha-se novamente no espelho, ajeita o cabelo mais uma vez, alinha-se.

RUBENS:
- C’est la vie.

CORTA PARA:
INT. Bar

A camera continua fixa sobre os letreiros. A porta se abre, demora-se um pouco a fechar. Ouve-se passos fortes, que gradativamente perdem a força, até se misturarem ao som da música que vem do bar. A camera continua parada no letreiro, a música torna-se mais alta. Sobem os créditos.

FIM



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