Li dois livros sobre o caso das execuções, em 22.08.1927, dos emigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, por um latrocínio acontecido em 15.04.1920, em South Braintreee - Massachusetts - EUA.
A primeira publicação a que me refiro, foi SACO E VANZETTI, de Howard Fast, que, na época, era professor na Universidade de Boston; e fez constar o seguinte oferecimento, no início de sua obra:"PARA AQUELES corajosos americanos que, tanto hoje quanto ontem, têm preferido a prisão ou mesmo a morte - a terem de atraiçoar os princípios em que acreditavam, a terra que amavam ou as pessoas que neles depositaram sua confiança."
Howard Fast inocentou os dois italianos!
Já Francis Russell, que, naquele tempo, era estudante universitário, estava de férias em Boston e viu passeatas de trabalhadores de várias partes dos EUA e do exterior, em manifestações em defesa dos acusados,e, para ele, um, indubitavelmente, Vanzetti, era inocente , inclusive por prova documental (recibo de compra de peixe, que o advogado Franckfurter entregou à Comissão de Alto Nível, criada, em última instância, pelo governador Calvin Fuller, cuja Comissão deu sumiço no documento...). Porém, no seu livro Tragédia de Sacco e Vanzetti, ele põe em dúvida a participação ou não de Saco no roubo seguido de mortes. Tanto que tive notícia de que ele escreveu novo livro sobre o assunto(que não encontrei nas livrarias locais), inocentando Vanzetti e condenando Saco, mesmo depois da Justiça de Massachusetts tê-los inocentado e mandado correspondências para as famílias das vítimas, desculpando-se do erro judiciário.
A propósito, dizem os juristas que "É melhor perdoar um culpado do que condenar um inocente."
Por esse caso e por outros (inclusive Mota Coqueiro e irmãos Naves,no Brasil), é que sou contra a pena de morte, que , aliás, não intimida bandidos, haja vista que nos EUA, o índice de criminalidade dos estados onde há pena de morte, é o mesmo daqueles em que ela não existe.
O fato é que, mais de setenta anos decorridos do caso Saco e Vanzetti, e, de permeio, com outros duvidosos, como o de Cheril Chesmann, o chamado "Bandido da Luz Vermelha", ainda há alguém que escreva sobre o assunto, porque a injustiça dói através dos anos e das gerações... |
