Andrea
Com acento ou sem acento...
Recebi um e-mail ontem de uma amiga dizendo: - Douglas, meu nome, Andrea, não tem acento agudo no “e”. Já tinha observado que ela nunca acentuou seu nome e, para mim, isto não foi nenhuma surpresa. Porém, o corretor de ortográfico do computador sempre pára e avisa: é com acento.
Não me surpreendeu, pois minha filha sempre insistiu que o segundo nome dela, Victoria, não tem acento no “ó”. Verifiquei nos documentos de minha saudosa mãe e pude ver que o nome dela era Victória. Mas os mais apressados poderão dizer que mudou a ortografia! Ah é?
Fiquei pensando no meu nome. Douglas. Minha mãe escolheu com muito carinho. Ela tinha uma queda pelo Douglas Fairbanks Junior. Meu pai não teve dúvida, fez o gosto de minha mãe e nomeou-me Douglas Lara. Fiquei com este nome até o batismo.
Na hora de me batizarem, o padre, um conservador, disse que não poderia me dar os votos de batismo porque Douglas não é nome de santo. Mas para tudo dá-se um jeito, à velha maneira brasileira, e meu nome de batismo ficou Douglas Maria Lara. Tudo ficou bem para a Igreja e para os meus pais, que não tinham pensado nisto antes.
Voltemos a falar sobre a Andrea sem acento agudo no “e”. Fiquei pensando porque o corretor ortográfico acentua automaticamente? Será que os pais desta doce jovem, quando esperada com alegria, como todos os pais esperam os filhos, concluíram: se for menino será André, se for menina, Andrea.
No meu caso, não foi difícil: se for menino será Douglas! Imagine, eu querendo perpetuar o nome de batismo. E, se for menina terá o nome das avós, Maria Victória.
Nasceu o lindo menino Douglas Lara Junior, e o padre batizou sem problemas. Mas os tempos mudam e o que vale hoje, pode não ter a mesma valentia daqui alguns anos.
Nos Estados Unidos não haveria problemas, devido às convicções religiosas norte-americanas. Então eu seria apenas Douglas e meu filho seria Douglas Lara II. Bonito, né? Parece nome de nobreza!
Na Suécia, seria usada uma tabela fixa de nomes, e ele poderia ser Peter, Glass ou outro nome da tabela. Da mesma forma como no Brasil usamos muito tempo o nome do santo do dia do nascimento. Por exemplo, os nascidos no dia 19 de março eram sempre “José”.
Mas eu acredito que há muita gente de nome “José” que nada tem a ver com o dia que nasceu. Há também muitos Robinsons (filhos do Robin) e assim por diante.
Bom, acho que depois de tantos acentos, nomes e derivados dá para começar a semana, mesmo ainda com a síndrome do fim de domingo ou a ressaca das segundas-feiras (nome composto tem plural, certo professor Pasquale?).
Boa semana!
E reflitam ao dar o nome aos seus filhos!
Douglas Lara
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